Greve de caminhoneiros e filas para abastecer gasolina a R$ 5 em Dourados

Retrospectiva 2018: mobilização nacional teve impacto na maior cidade do interior do Estado, com desabastecimento de produtos

Greve nacional dos caminhoneiros teve forte impacto em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Greve nacional dos caminhoneiros teve forte impacto em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Um dos fatos marcantes de 2018 em todo o Brasil foi a greve dos caminhoneiros. Deflagrada no dia 21 e maio, essa mobilização nacional causou impactos também em Dourados. O desabastecimento de produtos na cidade teve entre seus principais exemplos as filas quase quilométricas de veículos para abastecerem gasolina com preços que chegaram a R$ 5,00 o litro. 

Desde a noite de 23 de maio a maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul passou a sofrer com falta de combustíveis. Os poucos postos que ainda tinham o que vender chegaram a cobrar mais de R$ 5,00 pelo litro da gasolina, por exemplo. O Procon autuou alguns estabelecimentos pela prática abusiva e o MPE-MS (Ministério Público Estadual) pediu que a população denunciasse esses casos para punir empresários.

Através do Inquérito Civil nº 06.2018.00001550-8, instaurado no dia 25 de maio pelo promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, o órgão requisitou do Procon cópias dos autos de infração lavrados de 23 a 26 maio em postos de combustíveis de Dourados. Além disso, passou a reunir cupons fiscais de consumidores douradenses em investigação aberta para apurar e eventualmente punir responsáveis pelo “aumento injustificado, arbitrário e oportunista no valor dos combustíveis” durante a semana passada no município. O procedimento ainda não teve desfecho, mas caminha para resultar num TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com empresários do setor.

Postos receberam carregamento de combustíveis sob escolta da Polícia Rodoviária Federal durante a greve dos caminhoneiros (Foto: Adilson Domingos)
Postos receberam carregamento de combustíveis sob escolta da Polícia Rodoviária Federal durante a greve dos caminhoneiros (Foto: Adilson Domingos)

Já a greve nacional dos caminhoneiros, deflagrada em protesto contra o governo federal por melhores condições de trabalho (as reivindicações incluíam tabelamento do frete, redução do preço do óleo diesel e desconto na cobrança de pedágios), perdurou até 30 de maio e contou com apoio de outros setores da sociedade organizada.

Em Dourados, essa mobilização teve bloqueios na MS-162, na saída para Itahum, em frente ao posto da base da Polícia Rodoviária Federal; no trevo antes da PRF, na saída para Campo Grande, na BR-163; no Trevo da Bandeira; na MS-156, no acesso ao Parque Industrial; dois pontos na MS-162; MS-156, em frente a Bunge e no trevo de Fátima do Sul, que dá acesso ao anel viário.

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