Juiz nega liberdade para vereador preso
Um dos alvos da Operação Cifra Negra, desencadeada em 5 de dezembro de 2018, ele chegou a ser solto no dia 21 passado, mas voltou à cadeia por descumprir medidas cautelares

Preso desde o dia 30 de janeiro, o vereador Idenor Machado (PSDB), ex-presidente da Câmara de Dourados acusado de liderar esquema de fraude em licitações, teve negado pela Justiça um pedido de liberdade formulado por sua defesa na terça-feira (5). Um dos alvos da Operação Cifra Negra, desencadeada em 5 de dezembro de 2018, ele chegou a ser solto no dia 21 passado, mas voltou à cadeia por descumprir medidas cautelares impostas na ocasião.
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Proferida na sexta-feira (8) pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, a decisão que mantém Idenor atrás das grades destaca que o parlamentar “supostamente integra organização criminosa especializada em fraudar licitações, mediante desvio de verbas públicas e ainda supostamente perpetrou os crimes de peculato e corrupção passiva”. Além dele, foram presos os também vereadores Cirilo Ramão Ruis Cardoso, o Pastor Cirilo (MDB), e Pedro Alves de Lima, o Pedro Pepa (DEM), o suplente Dirceu Longhi (PT) e o ex-servidor do Legislativo municipal Amilton Salinas. (clique aqui para ler mais)
Os advogados do vereador argumentavam, em resumo, que o cliente estava encarcerado há muito tempo por “excesso de prazo para o oferecimento da denúncia” do MPE-MS (Ministério Público Estadual). Porém, o magistrado pontuou que “a análise da vasta documentação colhida, a fim de verificar quais dos documentos configuram prova e qual a ligação de tais elementos com os investigados, demanda, obviamente, exame meticuloso e moroso”, razão pela qual “o configurado excesso de prazo é justificável, diante da quadra fática investigada”.
VAI E VEM
Desde que a Operação Cifra Negra foi desencadeada, Idenor Machado tem vivido um verdadeiro “vai e vem” para a cadeia. Preso naquela ocasião, o vereador de 68 anos foi beneficiado com habeas corpus pelo desembargador Paschoal Carmelo Leandro no dia 17 de dezembro de 2018.
Porém, ele voltou a ser preso na tarde de 18 de janeiro, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Segundo o promotor de Justiça Ricardo Rotunno, Idenor Machado descumpriu medidas cautelares estabelecidas pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e tentou entrar na Câmara de Dourados mesmo afastado do cargo de vereador.
Em novo recurso à Corte estadual, a defesa do ex-presidente da Câmara de Dourados conseguiram libertá-lo em 21 de janeiro. Nove dias depois, contudo, desembargadores decidiram mudar o entendimento que garantia a liberdade ao parlamentar e ele voltou a ser preso no dia 30 passado.