Obras nas ruas de Dourados visam trocar mais de 3 mil metros de canos de amianto

Troca de tubulação da rede de água existente desde a década de 1970 no município foi intensificada para não estragar recapeamento feito pelo Governo do Estado

Obras para substituição dos canos de amianto por PVC bloqueiam ruas de Dourados (Foto: André Bento)
Obras para substituição dos canos de amianto por PVC bloqueiam ruas de Dourados (Foto: André Bento)

Canteiro de obras executadas com recursos do Governo do Estado, Dourados enfrenta constantes bloqueios de ruas desde o início deste ano. Mas além do recapeamento das principais avenidas da cidade, há também o trabalho de substituição de mais de 3 mil metros de tubulações de água com cimento amianto que existem no município desde a década de 1970. Neste caso, o serviço tem sido intensificado desde o ano passado pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul).

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A 94FM apurou que desde julho de 2014 o MPE-MS (Ministério Público Estadual) acompanha a execução desse trabalho através do Procedimento Preparatório número 06.2018.00000240-2, convertido a Inquérito Civil Público no final de janeiro deste ano. E nas trocas de correspondências com a Promotoria de Justiça, a Sanesul informou que a previsão inicial indicava 99% de substituição até 2015.

DESATIVAÇÃO LENTA

Sanesul alertou MPE sobre dificuldade para executar obras em áreas de fluxo intenso de veículos (Foto: André Bento)
Sanesul alertou MPE sobre dificuldade para executar obras em áreas de fluxo intenso de veículos (Foto: André Bento)
Com R$ 2.604.029,65 enviados pelo governo federal através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), foi possível substituir 48.953 metros de tubulações de amianto por outras de PVC. Em levantamento entregue ao MPE no mês de julho de 2017, a empresa de saneamento detalhou que existiam "ainda 8.216 (13.90%) metros de redes de CA onde as ligações domiciliares estão interligadas".

Ainda nessas trocas de correspondências com a Promotoria de Justiça, a Sansesul adiantou que a desativação da antiga rede de Cimento Amianto (CA) ocorreria de forma lenta "por se tratar de área com extremo fluxo de veículos". Além disso, a execução integral dos serviços dependeria da disponibilização de recursos próprios e ocorreriam "gradativamente em prazo não superior a 48 meses".

Na ocasião, a Sanesul apontou que as regiões a concluir compreendem a Área Central, Jardim Centro, Jardim Clímax, Vila Amaral, Jardim Santo Antônio, Jardim Londrina, Jardim Independência, Jardim Cuiabazinho, Jardim Caramuru, Jardim Ouro Verde, Vila Alba e Vila Colorado.

PLANO DE SANEAMENTO

Questionada sobre a fiscalização exercida sobre essas obras, a Prefeitura de Dourados chegou a ser repreendida pelo promotor de Justiça por falta de esclarecimentos. Mas no dia 12 de janeiro deste ano informou que em 2017 foram "substituídos 8.216 metros em diversos locais, restando apenas 3.282 metros a serem substituídos".

Segundo a administração municipal, essa conclusão do trabalho será exigência do Plano Municipal de Saneamento Básico, que segundo o documento enviado ao MPE "está em fase final de elaboração".

LIGAÇÕES RESTANTES

Documento com dados de novembro de 2017 foi enviado ao MPE e mostrava trechos com ligações a serem desativadas (Foto: Reprodução)
Documento com dados de novembro de 2017 foi enviado ao MPE e mostrava trechos com ligações a serem desativadas (Foto: Reprodução)

E no mais recente relatório apresentado à Promotoria de Justiça, com dados atualizados até novembro do ano passado, prefeitura e Sanesul detalham que os trechos onde as ligações domiciliares ainda estavam interligadas em redes de cimento amianto compreendiam pouco mais de 3 mil metros.

Elas estavam nas ruas: Pedro Rigotti entre Cafelândia e Rio Brilhante (538 metros); Adroaldo Pizzini entre Cafelândia e Rio Brilhante (538); Bela Vista entre Cuiabá e Adroaldo Pizzini (155); Nelson de Araújo entre Antonio Emílio de Figueiredo e Cuiabá (135); Antonio Emílio de Figueiredo entre Nelson de Araújo e Camilo Ermelindo da Silva (253); Toshinobu Katayama entre Antonio Emílio e Cuiabá (114); Albino Torraca entre Ciro Melo e Major Capilé (243); Ponta Porã entre Avenida Presidente Vargas e Antonio de Carvalho (242); Monte Alegre entre Antonio de Carvalho e Camilo Ermelindo da Silva (245); João Vicente Ferreira entre Hayel Bon Faker e Hilda Bergo Duarte (251); Camilo Ermelindo da Silva entre Monte Alegre e Ciro Melo (224); e Hilda Bergo Duarte entre Joaquim Teixeira Alves e Ciro Melo (344).

SEM RISCOS

Responsável pelo serviço de saneamento básico e abastecimento de água em Dourados por força de concessão assinada em 1999, a Sanesul tenta renovar esse vínculo previsto para encerar dia 9 de setembro de 2019 pelo prazo de 30 anos.

Nos ofícios enviados ao MPE, a empresa "salientou que a Organização Mundial de Saúde já concluiu que o Cimento Amianto utilizado é insalubre somente em seu estado bruto quando inalado por aqueles que realizam sua extração, e a OMS já concluiu que o cimento amianto utilizado em tubulações não causa qualquer malefício à saúde da população".

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