Presa há quatro meses, vereadora alega constrangimento ilegal e pede liberdade

Defesa afirma que prazo para prisão preventiva acabou e diz que parlamentar vive calvário com 19 presas mesmo com direito à cela especial

Vereadora afastada está presa há quatro meses (Foto: Sidnei Bronka)
Vereadora afastada está presa há quatro meses (Foto: Sidnei Bronka)

Presa desde o dia 31 de outubro de 2018, quando foi um dos alvos da Operação Pregão, a vereadora afastada Denize Portolann de Moura Martins (PR) pediu à Justiça que lhe conceda liberdade sob alegação de constrangimento ilegal. Em petição apresentada na quarta-feira (27), a defesa argumenta que o prazo máximo para prisão preventiva já acabou e pontua que a parlamentar está encarcerada com 19 presas num espaço de 4x2 metros quadrados mesmo com direito a cela especial por portar diploma de nível superior. 

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Em trâmite na 1ª Vara Criminal de Dourados, o pedido de liberdade provisória com ou sem fiança tenta reverter o encarceramento que perdura desde que o MPE-MS (Ministério Público Estadual) desencadeou ação para combater esquema de fraudes em licitações na prefeitura, com suposta participação de Denize enquanto foi secretária Municipal de Educação.

“A acusada vem cumprindo pena antecipadamente há mais de 120 dias em absoluta indignidade, em que as condições carcerárias na unidade penitenciária na qual está segregada (assim como em qualquer estabelecimento penitenciário do Brasil), está em completo abandono, com superlotação, infecto, sem qualquer salubridade, além de se situar no município vizinho (Rio Brilhante/MS), a 60km de casa. Mesmo possuindo nível superior, ocupa cela comum com outras 19 internas, visto que no Estado de Mato Grosso do Sul inexiste cela especial para pessoa portadora de diploma de nível superior”, afirma o advogado de Denize.

CALVÁRIO NA PRISÃO

O defensor argumenta ainda que no dia 12 de dezembro de 2018 “o Ministério Público Estadual exauriu a colheita instrutória de provas para formação do libelo acusatório, tendo ajuizado a respectiva denúncia pela indigitada conduta penal de que se lhe acusam a ré. E mesmo com a propositura da Denúncia, a ré permanece presa preventivamente a mais de 120 dias, ou seja, desde 31/10/2018”.

Conforme o pedido de liberdade, “nada justifica manter presa ‘preventivamente’ a ré, uma senhora de 53 anos, que está passando um verdadeiro calvário dentro da prisão”. “Em suma, a ré tem uma vida dedicada à Educação, com mais de 26 (vinte e seis anos) anos de trabalho na área da educação, formada em Pedagogia e Pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior, trabalha como Professora da rede municipal de educação desde 1.993, sendo aprovada em concurso público para Coordenadora Pedagógica a partir do ano 2.000, e finalmente, foi eleita e reeleita por três vezes como Diretora da Escola Municipal Aurora P. de Camargo a partir do ano 2.009”, acrescenta.

OPERAÇÃO PREGÃO

Conforme já revelado pela 94FM, na denúncia oferecida à Justiça fruto da Operação Pregão, o MPE indica que fraudes em licitações na Prefeitura de Dourados rendiam o pagamento de propinas chamadas de “pescarias” para servidores de confiança da prefeita Délia Razuk (PR), entre eles o ex-secretário de Fazenda, João Fava Neto. Em um dos casos, o então contador do município ganhou um Jeep Renegade e teve a cirurgia plástica da esposa custeada por empresário beneficiado com contratos milionários na administração pública do município. (clique aqui para ler mais)

“João Fava Neto e Anilton Garcia de Souza orquestraram a criação de um vultuoso esquema que com o auxílio efetivo de Rosenildo da Silva França, Heitor Pereira Ramos, Antonio Neres da Silva Junior e Denize Portolann de Moura Martins, possibilitava o sucesso de empresas pré-determinadas e que sucumbiam aos anseios dos mentores da organização criminosa, em contratações com o Município de Dourados, com a obtenção de obter valores ilícitos, como no presente caso a pertencente a Messias José da Silva”, detalhou o MPE, que além da condenação dos denunciados, solicita que R$ 23.106.459,88 sejam restituídos como valor mínimo para reparação dos danos materiais coletivos causados pelas infrações.

CONTRATAÇÕES INOCENTES

Para a defesa de Denize, contudo, a prisão que já perdura há quatro meses é desproporcional à acusação. Ao destacar que o ex-secretário de Fazenda foi denunciado por ter recebido R$ 30 mil por mês, o diretor de licitação outros R$ 60 mil em três parcelas pagas em cheques, o contador do município um veículo Jeep Renegade de mais de R$ 100 mil, e o empresário faturado contratos de R$ 25 milhões, o advogado menciona que contra a vereadora pesa denúncia de ter indicado, comprovadamente, dois nomes para serem contratados pela terceirizada, ganhando salário mínimo nacional.

“Que proveito teria tido a acusada? O proveito de poder indicar duas pessoas para trabalharem por um salário mínimo cada?”, questiona o defensor, para quem “foge às raias do bom senso criminalizar um agente político por pretender a contratação de alguém”. “Basta passar um dia no gabinete de um vereador, prefeito ou secretário para ver a quantidade de pedidos de emprego que eles recebem diuturnamente”, sugere.


Comentários
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  • Maria

    Maria

    Lurdes, você não conhece a realidade da escola e nem o trabalho dela. Eu conheço. Agora vai lá na escola e veja a bagunça que está. Todas as reformas e melhorias foram feitas na gestão dela. Vai lá e veja como está agora. Aquela escola era um brinco é muito mas muito bem cuidada. Só acredito que ela roubou quando existirem documentos disponíveis para a população ver que isto ocorreu.

  • Dora

    Dora

    Todos roubaram.... Essa história que fulano ñ ROUBOU É BALELA.. TODOS SÃO ROUBARAM .... ESSA MULHER Ñ É DIFERENTE DOS OUTROS++++MAS AGORA ATE PRA ESTA PRESO TEM DIFERENÇA SOCIAL???? GENTE BRASIL ONDE ESTAMOS? MP COLOCA O PEDRO PEPA NA CADEIA....

  • Lurdes effgen

    Lurdes effgen

    A senhora Denize achou que na secretaria da educação, ela podia fazer o quê fazia na direção da escola... quando era diretora....????... mandava e desmandava........

  • Fernando Bernardi

    Fernando Bernardi

    Tadinha, vamos nós povo de Dourados patrocinar um passeio de carnaval em Bonito....que comédia. Tem que botar essa sem vergonha pra lavar banheiro de presídio.

  • Ines

    Ines

    A Denize jamais cometeu algo. É uma boa profissional. Errou por ter entrada na política e ter aceitado este cargo de secretária. Isto é perseguição e falta de respeito com ela enquanto ser humano. Está douraser está muito tempo na prefeitura. Como também outros empresários sugando a prefeitura.

  • Valeria

    Valeria

    Está mulher não roubou nada. Cadê a conta bancária dela com os milhões? Sou professora da rede há anos. A máfia de contratos licitatórios existe há anos. A Denise trabalhava feito uma condenada nesta prefeitura. Deu o sangue dela pela escola Aurora. Jamais tinha que ter sido secretaria de educação, pois aquilo ali nunca muda. Veja se mudou alguma coisa com tanta troca. Tenho é dó desta infeliz mulher que está sendo pisoteado sem merecer. Das vezes que ela foi na minha escola sempre a vi como pessoa honesta e isto jamais mudará o que penso. Infelizmente ela está pagando por ser a chefe da secretaria.

  • ana

    ana

    eu tbm gostaria de saber por qual o motivo desse pedro pepa esta solto se ele roubou e nos enganou tem que pagar, e voces eleitores desses bando de corruptos aprendam a n votar mais neles e em nenhum candidato que eles vierem a apoiar. Se depender de mim e da minha família esse pepa n ganha mais p nada.

  • Leandro

    Leandro

    Ela achou oque que ia tirar ferias em uma colonia... Ela roubou e tem que pagar o que fez. Constrangimento e roubar o que e dos outros.

  • Jurandir

    Jurandir

    Pois é néeee DORA, Misterioooooo!!!!!!!!!!!!

  • Dora

    Dora

    Gente ! Porque só o PEDRO PEPA ESTA SOLTO? Gostaria de saber ???