‘Problema está na administração dos hospitais e não no repasse da prefeitura’, afirma Sebastião Nogueira

Por não realizadas todos os procedimentos contratados, Hospital Universitário receberá desconto no repasse na prefeitura

  • Alexandre Duarte

Em coletiva realizada na tarde de hoje (21), na sala de reuniões do gabinete do prefeito Murilo Zauith, o secretário de saúde Sebastião Nogueira, afirmou que o problema atual da saúde de Dourados não está na falta de recursos, e sim na ingerência da administração do HU (Hospital Universitário) e HV (Hospital da Vida)

O problema principal está no Hospital Universitário, que recebe R$ 2,8 milhões por mês da prefeitura, mas não realiza todos os procedimentos contratados. Um dos exemplos citados é com relação às tomografias, cujo contrato prevê pelo menos 500 exames por ano, mas em 2012 nenhum fui realizado, porém, o pagamento foi feito.

Outra deficiência detectada no HU é a diminuição de leitos. O secretário afirma que diversas enfermarias foram fechadas para dar lugar a salas de estudo. Agora a prefeitura determinou um desconto R$ 1.624 milhões no contrata no repasse ao hospital. O valor será descontado em quatro vezes nos próximos pagamentos. Nogueira diz também que na hipótese de surgir mais irregularidades, o valor descontado pode aumentar.

No Hospital da Vida a situação não é diferente. Nogueira explica que no HV também houve redução no número de leitos. Além disso, o hospital que deveria ser apenas para atender emergências, está abarrotado de outros casos menos urgentes, que deveriam ser atendidos no Hospital Universidade. Com relação ao desconto no repasse, o HV terá uma redução de "apenas" R$ 70 mil no pagamento.

Mas apesar dos pesares, Nogueira alegou que quem “segura a peteca” na saúde pública em Dourados é o Hospital da Vida. “No dia 31 de março o HV pediu a transferência de 11 pacientes para o HU, mas o pedido foi negado. A secretária de saúde foi verificar e detectou que o Universitário estava com apenas 40% dos leitos ocupados, mesmo assim, não aceitaram a transferência”, complementou.

Produtividade dos médicos

O secretário afirmou também que outro gargalo nas finanças da secretaria de saúde é são os adicionais pagos aos médicos. Nogueira defende que é irregular a maneira como é feita o pagamento do abono de produtividade. Hoje não há nenhuma verificação e os profissionais recebem abonos integrais de 100% a 200%.

“A produtividade não é mensurada, não é medida, mas se é produtividade precisa ser computada. Do jeito que está estamos cometendo uma ilegalidade, que um dia pode ser contestada pelo Ministério Público e isso é o que queremos evitar. Os médicos devem receber uma produtividade daquilo que eles realmente fizeram. Da forma que está, eles podem ser levados à justiça”, complementou.

A reportagem da 94FM tentou contato com a assessoria do Hospital Universitário, mas recepcionista informou que o setor já havia encerrado o expediente.