Produção agrícola de Dourados está refém do fator climático

Além do clima o preço da saca caiu e o valor dos defensivos aumentou

Conforme dados da Estação Agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados a lavoura de milho safrinha ‘penou’ com um período de 20 dias sem chuva (14 de abril até 4 de maio). O veranico que atingiu boa parte dos municípios da região Sul do Estado, preocupa produtores.

Com um cultivo presente em mil hectares em uma propriedade localizada na região do Guassuzinho, Luiz Feltrin diz que a torcida pela chuva já começou. “Se continuar do jeito que está, não acredito em uma boa produtividade nesta safra. Estamos otimistas, mas além da falta de chuva, outros fatores colocam esta safra bem abaixo da do ano passado. O preço da saca caiu, o valor dos defensivos aumentou, e fica difícil compensar, ainda que a produtividade surpreenda”, disse.

Também produtor rural da região de Dourados, Neri Dessian aponta que além da expectativa pela chuva, há também a preocupação com as geadas. “Bem na hora da formação da espiga o sol veio castigar, isso preocupa. E outra coisa que nos deixa em alerta é a possibilidade de geada. Eu, por exemplo, plantei a última área de milho no dia 5 de março. Se gear antes da colheita, vou perder 100% dessa área”, diz o produtor.

Ainda conforme dados da Embrapa Agropecuária Oeste, na última chuva registrada no município, o saldo foi de 24 milímetros, o que é considerado razoável, apesar de não ser o ideal para favorecimento da lavoura.