Reserva de Dourados será remarcada pela Funai

A expansão da aldeia tem sido a maior necessidade dos últimos anos

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Uma reunião ocorrida na manhã de ontem na Reserva Indígena de Dourados entre as lideranças e a Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília, tratou da remarcação da Reserva Indígena de Dourados, formada no início do século passado quando diversas etnias viviam dispersas pela cidade foram concentradas em uma área de 3.600 hectares composta pelas etnias Caiuá, Guarani e Terena. O trabalho de recolocação dos marcos de concreto é de responsabilidade da Funai, que tem um prazo de 56 dias para identificar os locais, que devem ser respeitados por lei. Acredita-se que ao longo dos anos com as novas estradas e a exploração da terra por maquinários agrícolas os índios tenham perdido território.

A Reserva é cercada por propriedades rurais e um dos objetivos é evitar conflitos com fazendeiros. A Funai pediu o apoio dos índios para permitir que os técnicos realizem este tipo de delimitação, mas o que os índios esperam mesmo é a demarcação das terras e não remarcação. Hoje são 14 mil índios vivendo em uma área de 3.600 hectares, mas o crescimento populacional é impressionante. Só para se ter uma Ideia, cerca de 400 crianças indígenas nascem por ano.

A expansão da aldeia tem sido a maior necessidade dos últimos anos conforme lembra o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Fernando de Souza. Todas as lideranças indígenas participaram da reunião de ontem e ao final ficou definido que os técnicos irão trabalhar com o acompanhamento das lideranças, conforme assegurou Leomar Mariano, vice-capitão da aldeia Jaguapiru. Além dele também participaram as lideranças da aldeia Bororó e índios que vivem em acampamentos a espera de uma aldeia, os chamados desaldeados.

Força nacional

A reunião começou com o novo comandante da Força Nacional em Dourados, capitão Luís Otávio justificando aos índios que o policiamento foi reforçado, estando 24 horas a disposição da comunidade para qualquer chamado. Uma semana nas aldeias Jaguapiru e Bororó segundo ele foi o tempo suficiente para abordar cerca de 400 veículos que circulavam na Reserva. A área tem registrado altos índices de criminalidade com os índios questionando o trabalho da Força Nacional, que está em Dourados exclusivamente para dar mais proteção aos indígenas.