Servidores pedem ajuda e MPE cobra da prefeitura resposta sobre atraso salarial

14 profissionais de enfermagem e odontologia que atuam em postos de saúde de Dourados procuraram o MPE na sexta-feira, quando venceu prazo para pagamento no quinto dia útil do mês

Promotor quer explicações da prefeita sobre salários não pagos no quinto dia útil (Foto: A. Frota)
Promotor quer explicações da prefeita sobre salários não pagos no quinto dia útil (Foto: A. Frota)

A prefeita Délia Razuk (PL) deve receber em breve ofício do MPE-MS (Ministério Púbico Estadual) com cobrança de explicações sobre o atraso nos salários de 539 servidores municipais. Essa determinação foi feita pelo promotor de Justiça Ricardo Rotunno após reunião na sexta-feira (5) com enfermeiras e dentistas cujos vencimentos líquidos superiores a R$ 5.789,00 não foram pagos no quinto dia útil do mês. 

Na semana passada, a Prefeitura de Dourados divulgou que somente servidores com salário líquido até R$ 5.789,00 receberiam os proventos na data prevista, um valor total de R$ 16,9 milhões. Contudo, outros 539 com vencimentos superiores a esse só devem receber ao longo desta semana, um montante que atinge a cifra de R$ 4,9 milhões.

Indignados, 14 profissionais de enfermagem e odontologia que atuam em postos de saúde procuraram o titular da 16ª Promotoria de Justiça para pedir ajuda. Na reunião realizada durante a manhã de sexta-feira, queixaram-se das condições às quais são submetidos no serviço público. Um pequeno grupo deixou o local sem querer falar com a imprensa. “Não vamos falar com a imprensa porque a imprensa só fala mal da gente”, afirmou uma delas.

Logo após o encontro, o promotor determinou que a prefeita seja oficiada a responder no prazo de 10 dias úteis quais as justificativas para eventual atraso no salário dos servidores públicos municipais, mormente considerando que a remuneração possui caráter alimentar, e quais os critérios foram utilizados para o pagamento de alguns grupos de servidores e outros não”.

Na ata da reunião, obtida pela 94FM, esses profissionais lotados em postos de saúde queixaram-se por serem “taxados como elite do serviço público quando, na verdade, dedicaram uma vida para se preparar a prestar um serviço relevante à saúde da população douradense após passarem por concorrido concurso público”.

Disseram estar indignados, “primeiro porque como efetivos que prestaram concurso havendo aqui desde os anos 2000 até 2019, não receberam, enquanto os comissionados nomeados pela administração não passaram por essa situação”.

Além disso, detalharam que “desenvolvem de forma escorreita com suas funções muitas vezes, inclusive, sem a estrutura necessária que não lhe é fornecida pela administração, tanto que permanentemente adquirem por conta própria insumos e materiais permanentes para atender a população”.

Por fim, criticaram que isso tudo faça com que se apresente à população que o vilão do problema do caixa da prefeitura sejam os salários desses servidores que não foram pagos, “quando, na verdade, outras questões têm que ser levantadas, como, por exemplo, o porquê de se pagar uma dezena de milhões a um sistema de regulação e informatização privado quando, há um público gratuito e de boa qualidade, qual seja: sisreg”, pontuaram.

Esses servidores da saúde pública informaram ao MPE que “já houve formalização de algumas atas de repúdio à contratação do sistema, não só pelo vultuoso valor como também pela total desnecessidade, melhor, pela ineficiência em relação ao atual”.


Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.
  • Jurandir

    Jurandir

    Não é só na saúde que esta assim, na Educação tem um Sistema que tem gente lá na prefeitura que da suporte e que se diz gratuito mas quem comanda é uma Empresa Particular.