Suposto fantasma da UEMS só aparecia para entregar folha de frequência, dizem colegas

Servidoras prestaram depoimento em parte de investigação do Ministério Público Estadual

Servidor que não comparecia do trabalho estava nomeado em cargo de comissão para atuar na reitoria da UEMS (Divulgação)
Servidor que não comparecia do trabalho estava nomeado em cargo de comissão para atuar na reitoria da UEMS (Divulgação)

Duas servidoras da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) ouvidas na terça-feira (31) pelo promotor Ricardo Rotunno, da 16ª Promotoria de Justiça da Comarca de Dourados, confirmaram que Ney Damião Azambuja só aparecia na instituição uma vez por mês para entregar a folha de frequência. Ele permaneceu nomeado na reitoria até março deste ano e é apontado como um suposto servidor fantasma.

Os depoimentos colhidos pelo MPE (Ministério Público Estadual) integram um inquérito civil público que apura a prática de improbidade administrativa na UEMS. Desde o início as investigações apontam que Ney Damião Azambuja nunca trabalhou na universidade, embora nomeado pelo reitor Fábio Edir dos Santos Costa.

Em comum, os depoimentos das servidoras da reitoria indicam que o suposto fantasma não aparecia para trabalhar. Isso porque cumpria expediente na Fapems, embora não houvesse conhecimento sobre qualquer documento que comprovasse a cedência do servidor.

Uma das servidoras ouvidas ontem disse ainda que Ney Damião Azambuja só ia à UEMS uma vez por mês para entregar a folha de frequência. A ausência desse servidor conflitava justamente com a falta de gente para dar conta da demanda no setor. Em janeiro deste ano, enquanto o suposto fantasma permanecia nomeado na instituição, outra pessoa foi contratada para atuar reitoria.

O suposto fantasma só deixou o quadro de servidores da UEMS no dia 1o de março deste ano, exonerado a pedido. Ele havia sido nomeado um ano antes.

Através da assessoria de comunicação, a UEMS informou que tem contribuído com as investigações do MPE desde que recebeu as primeiras solicitações de informações.

“A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) informa que desde novembro de 2015, quando foi notificada pela Ouvidoria do Ministério Público, vem prestando todas as informações necessárias ao esclarecimento da denúncia. A Universidade entende a necessidade de que esse tipo de situação seja completamente elucidado e prontifica-se a continuar contribuindo, no que lhe couber, para que o caso seja solucionado”, alegou a instituição.

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