Violência contra a mulher dispara e aldeias registram pelo menos um estupro por mês

De acordo com levantamento da DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), de janeiro a setembro deste ano houve redução no registro de ocorrências relativas a violência contra a mulher nas duas aldeias de Dourados (Jaguapiru e Bororo), mas os casos de estupro aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado.

Em 2013 foram registrados 44 casos,  já estupros foram registrados 6. Neste ano, foram lavrados 32 boletins de violência doméstica, sendo 11 deles por casos de estupro.

Quando os números se referem à cidade de Dourados, houve redução nos dois casos. Em 2013 foram 959 casos de violência doméstica e 84 casos de estupro. Em 2014 foram 920 casos de violência doméstica e 61 casos de estupro.

De acordo com a delegada Rozeli Dolor Galego, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados, existe uma preocupação muito grande no trabalho de prevenção aos crimes envolvendo mulheres na cidade, mas nas aldeias, existem algumas dificuldades.

“Não sei se seria caso de tradição ou de cultura, mas para eles não é um fato tão grave este tipo de ocorrência. É aquela situação do marido ou companheiro se sentir proprietário da companheira e poder fazer com ela o que entender, inclusive agredir. Um outro fator que contribuiu muito para isso é a presença de bebida alcoólica e até mesmo droga nas comunidades. Mas estamos trabalhando para tentar diminuir esses índices”, afirmou a delegada.

Outro fator que tem contribuído para o registro de muitos casos de agressões e estupros nas aldeias é a extinção de uma guarda formada por lideranças indígenas. Este grupo era responsável por rondas noturnas e assim que detectava atitude suspeitas de alguém na comunidade intervinha e se o caso fosse mais grave acionava as autoridades.

A extinção foi em virtude de um incidente envolvendo o grupo da segurança e um morador, que acabou baleado. A Justiça intercedeu e determinou que o trabalho de policiamento deveria ser feito pela Força Nacional, que sempre chega quando o fato já está consumado.

Para a delegada, a solução dos problemas nas aldeias passa por vários fatores e precisa de uma intervenção prolongada de todos os órgãos, com polícias Civil, Militar  a Força Nacional e ainda a Funai e a Justiça.

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