1 em cada 4 brasileiros ficou no vermelho em fevereiro

Mulher aborrecida com contas: Levantamento mostra que consumidores pagaram, em média, 199 reais de juros no mê... (mactrunk/Thinkstock)
Mulher aborrecida com contas: Levantamento mostra que consumidores pagaram, em média, 199 reais de juros no mê... (mactrunk/Thinkstock)

Em fevereiro, 24% dos consumidores brasileiros terminaram o mês com saldo negativo no banco, de acordo com pesquisa feita pelo app de controle financeiro GuiaBolso.

O porcentual inclui consumidores que utilizaram o cheque especial (crédito oferecido de forma automática pelo banco quando não há saldo suficiente na conta corrente) ou tiveram valores antecipados pelo banco ao registrarem saldo negativo na conta corrente, nos casos em que a instituição financeira não oferece o cheque especial.

Como consequência do descontrole do orçamento, os consumidores pagaram, em média, 199 reais em juros ao banco no mês.

O levantamento foi feito entre os dias 24 e 28 de fevereiro com uma amostra de 11.993 pessoas que utilizam a ferramenta de controle financeiro, tanto pelo site, como em aplicativos para aparelhos móveis com sistema iOS e Android.

O Nordeste do país registrou o maior porcentual de usuários com conta corrente negativa (28%). Os clientes de bancos da região também foram os que pagaram mais juros (254 reais).

Como o juro cobrado no cheque especial é um dos mais altos do mercado, a situação de descontrole financeiro se agrava, segundo Benjamin Gleason, sócio do GuiaBolso. “A dívida pode virar uma bola de neve rapidamente.”

Para Gleason, férias e despesas adicionais mais comuns no início do ano, como pagamentos de impostos, podem ter contribuído para o descontrole financeiro.

Ele afirma que o valor médio dos juros pagos pelos brasileiros que ficaram com saldo negativo aumentou nos últimos seis meses.

Em agosto de 2014, o valor era, em média, de 180 reais. “Acreditamos que seja um reflexo do aumento da taxa básica de juros (Selic) no período”, diz o executivo.

Como resolver a situação

Caso o problema seja a falta de disciplina financeira, consumidores devem buscar adequar seu orçamento aos gastos mensais.

Gleason recomenda calcular a renda e reservar um porcentual mensal para gastos essenciais, como moradia e saúde, e para o pagamento de dívidas ou aplicações financeiras. “Apenas o restante do valor deve ser utilizado para outros tipos de despesas, como gastos com lazer”.

Em caso de despreparo financeiro para lidar com situações imprevistas, como desemprego, o sócio do GuiaBolso sugere que a dívida no cheque especial seja trocada por outro empréstimo mais barato, como o crédito pessoal. “Dessa forma, o consumidor consegue diminuir o pagamento de juros e tem mais tempo para cortar gastos e se adequar à situação”, diz Gleason.

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