De Artuzi a Zauith, Dourados despenca em avaliação de gestão fiscal

Levantamento da Firjan mostra que a administração municipal vive a pior situação dos últimos10 anos

De Artuzi a Zauith, Dourados despenca em avaliação de gestão fiscal

Divulgado na semana passada, o Índice Firjan de Gestão Fiscal, o IFGF, desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro para analisar a qualidade das administrações públicas pelo Brasil, mostra que Dourados despencou nos rankings estadual e nacional sob a gestão do prefeito Murilo Zauith (PSB). Apesar da melhora na arrecadação própria, o município elevou os gastos com pessoal, reduziu drasticamente os investimentos e perdeu liquidez.

Leia também:

-Zauith manda cortar horas extras e até cafezinho para economizar

No comparativo entre o ano base de 2010, último de Ari Artuzi à frente da prefeitura, e os índices de 2015, mais recentes relativos à gestão Zauith, Dourados caiu 40 posições no ranking estadual, da 7ª para a 47ª colocação. A Firjan dá notas de 0 a 1 e quanto maior o índice, melhor o conceito avaliado. Segundo o levantamento da Federação, a segunda maior cidade sul-mato-grossense enfrenta sua pior situação fiscal dos últimos 10 anos.

Gestão em dificuldade

Com IFGF 0.4517 no ano passado, o menor desde o início da série histórica da Firjan, que começou em 2006, a administração municipal de Dourados foi definida como “gestão em dificuldade”, o segundo pior quadro numa escala cujo topo é “gestão de excelência”, seguido por “boa gestão” e encerrado em “gestão crítica”.

Quando Artuzi renunciou à prefeitura, em 2010, preso em decorrência da Operação Uragano, Dourados estava com IFGF 0.7458, na 7ª colocação estadual e 231º nacional. Em 2015, mais recente ano base analisado pela Firjan, Dourados passou ao 47º lugar no Estado e 2279º no país, com IFF 0.4517. No mesmo período, Três Lagoas, por exemplo, também caiu, mas de 5º para 12º.

Os índices

Dos índices avaliados, a “Receita Própria”, no qual a Firjan “mede a capacidade de arrecadação de cada município e sua dependência das transferências de recursos dos governos estadual e federal”, saltou dos 0.5202 (conceito C) apurados em 2010 para 0.6405 (conceito B) em 2015.

Já os “Gastos com Pessoal”, “que representa o gasto dos municípios com quadro de servidores, avaliando o grau de rigidez do orçamento para execução das políticas públicas”, ficou em 0.5540 (conceito C) sob a gestão Zauith, ante os 0.5576 (conceito C) da administração Artuzi.

No quesito “Investimentos”, “que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida”, o índice não passou de 0.4436 (conceito C) em 2015, bem abaixo dos 1.000 (conceito A) obtidos em 2010.

Quando analisada a “Liquidez”, “responsável por verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os ativos financeiros disponíveis para pagá-los no exercício seguinte”, Dourados tinha 0.9463 (conceito A) ao fim do governo de Ari Artuzi, e no mais recente ano relativo à administração de Murilo Zauith, ficou em 0.

Por fim, o “Custo da Dívida”, “que avalia o comprometimento do orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores”, houve avanço no índice obtido por Dourados – melhora no quadro -, que passou de 0.6536 (conceito B) em 2010 para 0.8310 (conceito A) em 2015.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.