Pode faltar carne em até dois meses em MS, segundo frigorífico

De acordo com açougueiro da região, setor já sinaliza alerta sobre possível desabastecimento das casas de carne em breve

  • Karina Veríssimo
Pode faltar carne em até dois meses em MS, segundo frigorífico

Uma notícia um tanto desesperadora para os sul mato grossenses e amantes das carnes, onde o churrasco é um dos alimentos preferidos. Existe um alerta nos açougues de que pode faltar o produto para a comercialização em até dois meses.

Mesmo com a crise econômica que o país está enfrentando atualmente em diversos segmentos, o setor da carne tem apresentado crescimento pujante com destaque até para exportação. Entretanto, alguns fatores estão sendo prejudiciais para o pecuarista, como o desmatamento para área de plantio de cana, onde antes era de pastagem, a escassez dos bezerros, alta nos preços dos exemplares e concorrência desleal.

De acordo com Valdinei Apolonio, empresário do segmento em Dourados, o setor da carne foi o primeiro a ser atingindo com os investimentos em plantação de cana. “Houve um vislumbre em relação a comercialização da cana, mas hoje os pecuaristas se arrependeram pela troca. Para se ter uma ideia um bezerro de 10 a 12 meses está custando em média R$ 1.400 por cabeça, preço alto e vantajoso”, justificou.

Outro ponto importante para a defasagem no setor é a dificuldade em encontrar bezerros para reposição nos pastos. “Somente em Dourados, há o consumo diário média em 800 cabeças. O bezerro pode ser considerado ‘ouro vermelho’”, explicou Valdinei. O que justifica o medo dos abatedouros da região pela falta de carne.

A seca no Brasil também é um fator primordial que agrava a situação, tendo em vista que São Paulo, Minas e algumas regiões de Goiás são produtoras e sentem diretamente os efeitos da falta de água. “Até a poderosa Friboi tem vindo comprar aqui, colocando os abatedouros da região em completa desvantagem, pois oferecerem aos grandes produtores preço e condições mais vantajosas”, garantiu Valdinei Apolonio que disse ainda que “os frigoríficos começam a sinalizar que em até dois meses deve falta carne”.

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