Servidores do INSS de Dourados fortalecem paralisação nacional em busca de melhores condições de trabalho

A greve nacional teve início no último dia 07 e não há previsão de término

  • Karina Veríssimo
Servidores do INSS de Dourados fortalecem paralisação nacional em busca de melhores condições de trabalho

A greve nacional dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) prossegue sem previsão de finalização. Entre vários quesitos, a pauta da paralisação em todo o país, que ocorreu no último dia 07, busca melhores condições de trabalho, o que reflete diretamente no bom atendimento à sociedade. Em Dourados, a unidade do INSS aderiu à greve no dia 13.

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), 87,05% das agências estão fechadas no Centro-Oeste. Segundo José Anibal Ortiz, técnico do seguro social de Dourados, nenhuma manifestação nacional do Executivo se manteve tão unida no mesmo propósito.

Para fortalecer a paralisação e intensificar as atenções sobre os diálogos com o governo federal, os servidores douradenses se reúnem diariamente em frente à agência e  visitam as agências do interior convocando demais servidores. Na região do cone sul do estado, apenas Caarapó e Maracaju estão funcionando, as outras unidades estão fechadas ou parcialmente fechadas.

Para José Anibal, a reivindicação é um fio condutor que atinge diretamente a população. "Buscamos inclusive melhores condições de trabalho e a abertura de concurso público com vagas suficientes para o atendimento satisfatório”, disse.  Para parâmetro comparativo da necessidade de mão de obra, em Dourados há um atendimento diário entre 500 a 600 pessoas e apenas oito servidores, onde seriam necessários no mínimo 30.

“A demanda é muito maior do que a mão de obra disponível. Para se ter uma ideia, há 11 mil servidores nacionais em condições de aposentaria, mas o concurso abriu pouquíssimas vagas, sendo uma apenas para Dourados”, disse o técnico.

Outros pontos da reivindicação são a carga horária de 30 horas semanais e melhora nas questões estruturais, como suprimento de materiais básicos para o satisfatório andamento do trabalho. “Essa greve é também para defender a sociedade, onde possamos oferecer qualidade no atendimento, pois a situação está precária”, pontuou José Anibal.

Há a defasagem no plano de cargo e carreira, onde os reflexos financeiros são pequenos e não há um adicional de qualificação em cursos e especializações, não fomentando assim o preparo e nem a qualificação dos servidores, causando a estagnação do serviço público.

Em relação aos 27% de reajuste inflacionário solicitado pelo Executivo, na semana passada, o Ministério do Planejamento ofereceu 21%, parcelado pelos próximos anos, o que não acompanha a inflação causada pelo ajuste fiscal do governo de Dilma Rousseff. Uma luta da categoria pensando na aposentadoria é o corte de 50% na remuneração, levando alguns servidores esticarem a carreira.

Desde 2012, quando houve a última paralisação no órgão, as negociações com o Governo Federal não obtiveram êxito e nenhuma medida no sentido de solucionar os problemas foi tomada. Os representantes do movimento terão uma nova reunião na próxima segunda feira, 27, na tentativa de solucionar a paralisação. 

Sobre a paralisação dos seus servidores em algumas Unidades da Federação, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),  informa:

1) Os segurados que possuam agendamento para atendimento em uma Agência da Previdência Social (APS) e que não sejam atendidos em razão da paralisação dos servidores terão sua data de atendimento remarcada. O reagendamento será realizado pela própria APS e o segurado poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada para o atendimento.

2) O INSS considerará a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento, para se evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados.

3) A Central de Atendimento 135 está à disposição para informar quais as Agências onde não há atendimento em virtude da paralisação e para orientar os cidadãos.

4) O Ministério da Previdência Social e o INSS têm baseado sua relação com os servidores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel da categoria no reconhecimento dos direitos da clientela previdenciária e, por isso, mantém as portas abertas às suas entidades representativas para a construção de uma solução que contemple os interesses de todos.

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