Em 2019, mais de 90 mulheres foram vítimas de feminicídio em MS

74% das vítimas de feminicídio em MS não haviam denunciado eventuais crimes anteriores praticados pelos acusados.

  • Karol Chicoski
Nos casos analisados, a maioria dos filhos presenciou o crime - Foto: Pixabay
Nos casos analisados, a maioria dos filhos presenciou o crime - Foto: Pixabay

Foram feitas 96 denúncias de feminicídios em Mato Grosso do Sul só no ano passado. De acordo com levantamento feito pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça, 26% das vítimas haviam registrado pedido de medidas protetivas contra o acusado, porém, nem todas as medidas estavam em vigor na época do crime. 

Conforme o Tribunal de Justiça, 74% das vítimas de feminicídio em território sul-mato-grossense no ano passado não haviam denunciado eventuais crimes anteriores praticados pelos acusados.

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Os dados relevam que, nos casos analisados, a maioria dos filhos - crianças ou adolescentes - presenciou o crime, totalizando 57% das ocorrências.

O relatório aponta que em 42% dos casos, o agressor não aceitava o fim do relacionamento, em 41%, o motivo alegado era ciúme, e outros fatores completam os 18%.

A faca foi a arma mais utilizada pelos assassinos. Depois, aparece a arma de fogo (17), asfixia (10%), facão (4%), fogo (4%), pedaço de madeira (4%) e canivete (3%).

Conforme a juíza Jacqueline Machado, que respondeu pela Coordenadoria da Mulher do TJ-MS de 2017 a 2019, “a Lei nº 11.340/2006 – conhecida como Lei Maria da Penha, é uma das três mais modernas do mundo no combate a violência contra a mulher em razão de várias inovações, como as medidas protetivas de urgência, dispositivos que preveem a proteção da vítima e/ou de seus familiares”.


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