Grupo fraudou R$ 5,8 milhões de remédios até transporte escolar, diz PF

Com a apreensão dos documentos, a investigação terá outros desdobramentos

  • Campo Grande News

Investigações da Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, de 2009 a 2010, apontaram fraudes em recursos públicos que totalizam R$ 5,890 milhões. Segundo a chefe da CGU, Janaina Gonçalves Theodoro de Farias, os principais desvios foram na saúde, com a compra de medicamentos, além de obras superfaturadas de creches e construção de anel viário.

“Ainda temos indícios de fraudes no transporte escolar e até mesmo na entrega dos remédios, que possivelmente não foram entregues. Todos os indícios de fraudes foram detectados em processo de licitação. A prefeitura de Corguinho, por exemplo, foi sorteada para receber as licitações, porém as outras são fruto de relatórios e investigações rotineiras”, afirma Farias.

Com a apreensão dos documentos, a investigação terá outros desdobramentos. “O resultado concreto das ações só teremos depois de vasta análise dos papéis. Até o momento, seis pessoas foram indiciadas e outras seis foram ouvidas, sendo que o ex-prefeito de Rochedo permanece detido por posse ilegal de arma”, fala a chefe da CGU.

Já a delegada chefe da Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Financeiros), Cecília Franco, ressalta que a operação se baseia na análise do material recolhido e interceptações telefônicas. “O processo corre em segredo de Justiça, referentes a prefeituras, empresas e residências e ainda temos indícios de irregularidades no ano passado”, comenta Franco.

Em entrevista, o superintendente da PF, Edgar Marcon, ressaltou que vê o conluio dos empresários como sendo um “fato marcante”, dizendo ainda que nenhum dos investigados foi reeleito e participavam de “processos montados”, direcionando a licitação para a empresa já pré estipulada.

“A operação já deveria ter sido deflagrada no ano passado, porém os três últimos prefeitos investigados tinham foro privilegiado e só agora foram liberados. Eles poderão responder por crimes de fraude na licitação, corrupção, formação de quadrilha e peculato”, finaliza o superintendente.