Juiz mantém livre pescador que matou dois campo-grandenses em Miranda

José permanece solto porque o juiz não acatou o pedido de prisão preventiva

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José Aparecido dos Santos, o Cidinho, 50 anos, confessou ter matado dois campo-grandenses em um pesqueiro no sábado (24), após uma briga pelo “ponto de pesca”, em Miranda. No entanto, apesar do duplo assassinato, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva e o o autor confesso dos crimes foi solto após prestar depoimento.

“José permanece solto porque o juiz não acatou o pedido de prisão preventiva, já que o autor alegou que saiu em defesa do irmão. Agora vamos aguardar os laudos periciais, concluir o inquérito policial e novamente representar pela prisão preventiva do suspeito, principalmente, porque este caso se trata de uma execução e não legítima defesa”, afirma o delegado Luís Ojeda, responsável pelas investigações.

Para apurar a tragédia, o delegado e investigadores foram ao município de Miranda, a 201 quilômetros da Capital. Eles realizaram buscas e fizeram reprodução simulada no local, inclusive recolhendo cápsulas e um projétil.

Já na delegacia, na manhã de ontem (26), o pescador José confessou o crime. Segundo Ojeda, ele se apresentou espontaneamente com o advogado, além de entregar o revólver de calibre 38 utilizado no crime.

Se condenado, conforme a Polícia, as penas poderão resultar em mais de 20 anos de reclusão. “Ele foi indiciado pelo duplo homicídio, além da dupla tentativa de homicídio e estamos apurando o agravante do motivo torpe ou fútil neste crime, além da possível participação do irmão dele na briga”, avalia o delegado.

Briga fatal - Os moradores da Capital Wesley Duarte, 29 anos, e Márcio Leon, 34 anos, se desentenderam com o pescador embaixo da ponte do Rio Miranda. Wesley foi atingido com um soco, assim que não aceitou sair da propriedade monitorada pelo irmão de José, conhecido como “Preto”.

Este último fugiu e foi perseguido até um local que fica a um quilômetro da ponte. Ele foi cercado por quatro pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos. “Preto” foi agredido com chutes e socos até que o seu irmão efetuou disparos. Márcio morreu na hora e Wesley faleceu a caminho da ambulância. As outras vítimas foram socorridas, sendo que um deles permanece internado em Campo Grande.