Mesmo livre da aftosa, Estado mantém alerta contra doença na área fronteiriça

A primeira etapa de vacinação deste ano do rebanho bovino e bubalino no Estado começou no dia 1º de maio

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Mato Grosso do Sul segue em alerta contra a febre aftosa, mesmo sendo considerado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como livre da doença com vacinação. Segundo a diretora-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Maria Cristina Carrijo, a maior preocupação é com a região de fronteira - antiga ZAV (Zona de Alva Vigilância) -, principalmente após o Paraguai perder o status de área livre no ano passado.

A primeira etapa de vacinação deste ano do rebanho bovino e bubalino no Estado começou no dia 1º de maio. “A preocupação continua, não podemos descuidar a fronteira. Continuamos com o projeto de vacinação diferenciado na antiga ZAV. Estamos adotando a mesma estratégia de imunização do ano passado, em função do foco [encontrado no PY há um ano]”, disse Maria Cristina. A meta é vacinar 100% dos animais.

A OIE reconheceu a antiga ZAV – faixa de 15 quilômetros da fronteira do Brasil com o Paraguai em Mato Grosso do Sul - como área livre da aftosa com vacinação em fevereiro de 2011. Mas, em setembro daquele ano e, novamente, em janeiro de 2012, o país vizinho encontrou focos da doença e perdeu o status de área livre. A situação causou reações nos países fronteiriços, inclusive o Brasil.

América do Sul

Desde então, mesmo considerado livre, o Estado continua com a programação diferenciada de vacina na área de fronteira devido aos riscos. “Estamos acompanhando os trabalhos internacionais de levantamento sorológicos e temos conhecimento da situação sanitária da América do Sul. Não podemos, de forma alguma, deixar de vacinar na fronteira. É preciso ter muito cuidado”, disse a diretora-presidente.

Segundo ela, tornar o Estado área livre sem vacinação é uma meta que precisa ser vista com critério e cuidado. “Só podemos retirar a vacinação a hora que nós tivermos comprovação científica de que não existe vírus vivo circulante na América do Sul. Essa confirmação deve ser feita pelo Centro Pan-Americano, OIE e outras entidades. Só depois disso, podemos pensar em entrar nesse processo. No momento, na região de fronteira, não podemos pensar dessa forma”, alega.

Vizinhos

Há pouco mais de um ano, o Paraguai vem adotando estratégias com apoio de organismos internacionais, para reestabelecer a credibilidade e o status de área livre. Entre estas, está o maior rigor das atividades de imunização e controle, e a intervenção do Centro Pan-americano.

Já a Bolívia, que também faz fronteira com o Brasil por Mato Grosso do Sul, teve mais uma região reconhecida como área livre da doença com vacinação este ano, totalizando duas áreas nestas condições. Nas demais áreas bolivianas, há trabalhos desenvolvidos para livrar o país da aftosa, mas a situação permanece de risco.

O foco de febre aftosa que fez o Paraguai deixar de ter status de livre da doença, foi detectado em setembro de 2011, no Departamento de San Pedro, a 180 quilômetros da fronteira com o Brasil, em Mato Grosso do Sul. O segundo foco foi no mesmo Departamento, há poucos quilômetros do primeiro, no dia dois de janeiro de do ano passado. O problema deixou os organismos internacionais ligados à sanidade animal, em alerta, assim como os países vizinhos.