MS tem 45 notificações de influenza em uma semana; doença matou um no ano

Corumbá continua com a única confirmação entre os municípios sul-mato-grossenses até agora, de H3N2, que provocou a morte

  • André Bento
Vacinação contra a gripe em Dourados começou no dia 15 em Dourados (Foto: Divulgação)
Vacinação contra a gripe em Dourados começou no dia 15 em Dourados (Foto: Divulgação)

Mato Grosso do Sul teve 45 novas notificações de influenza entre os dias 9 e 17 de abril. Boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde revela que os casos suspeitos saltaram de 206 para 251 em uma semana. Desde o início desse ano, a doença causou um óbito, em Corumbá. 

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Com dados consolidados até a quarta-feira (17), o novo boletim mostra que só houve aumento entre as notificações suspeitas. Corumbá continua com a única confirmação entre os municípios sul-mato-grossenses até agora, de H3N2, que provocou a morte de uma pessoa em janeiro. Mesmo sem revelar a identidade da vítima, indica que tinha sobrepeso e era usuária de entorpecentes, além de etilista (alcoólatra).

A exemplo da publicação do dia 9 de abril, a Secretaria de Estado de Saúde faz três recomendações às secretarias municipais de Saúde:

“Disseminar aos serviços de saúde públicos e privados o Protocolo de Tratamento de Influenza- 2017, com ênfase no tratamento oportuno dos casos de SRAG e de SG com condições e fatores de risco; divulgar amplamente à população as medidas preventivas contra a transmissão do vírus influenza (etiqueta respiratória e lavagem das mãos) e informações sobre a doença, com a orientação de busca de atendimento médico em caso de sinais e sintomas compatíveis; e notificar e tratar todos os casos que atendam a definição de caso de SRAG, independente de coleta ou resultado laboratorial”.

A publicação oficial acrescenta que o antiviral Oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, está disponível em todo o Estado gratuitamente, e o seu uso no início dos primeiros sintomas da gripe é fundamental para prevenir o agravamento dos casos. “Porém, existem critérios pré definidos pelo Protocolo de Tratamento de Influenza que devem ser seguidos”, ressalva.E

SINTOMAS E PREVENÇÃO

Os sintomas suspeitos da doença são: febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça.  “É fundamental ao apresentar esses sinais, principalmente pacientes com comorbidades, procurar atendimento no início dos sintomas favorecendo o tratamento oportuno (em até 48 horas). O tratamento pode ser prescrito tanto por médicos do SUS como particulares, com a dispensação, sem custos, garantida pela rede pública”, detalha a Secretaria de Estado de Saúde.

O boletim epidemiológico assinala ainda ações para diminuir a circulação dos vírus da gripe, como higienizar as mãos com frequência; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; evitar aperto de mãos, abraços e beijo social; reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração; evitar visitas a hospitais; e ventilar os ambientes.

DÚVIDAS FREQUENTES

Por fim, a publicação da Secretaria de Estado de Saúde elenca perguntas e respostas para sanar dúvidas frequentes. Confira abaixo:

Resfriado e influenza (gripe) são a mesma coisa?

Não. O resfriado geralmente é mais brando que a gripe e pode durar de 2 a 4 dias. Também apresenta sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, mas a febre é menos comum e, quando presente, é de baixa intensidade. Outros sintomas também podem estar presentes, como mal estar, dores musculares e dor de cabeça. Assim como na gripe, o resfriado comum também pode apresentar complicações como otites, sinusites, bronquites e até mesmo quadros mais graves, dependendo do agente etiológico que está provocando a infecção.

Qual a diferença da gripe comum para a "gripe A"?

O que popularmente ficou conhecida como "gripe A" é, na verdade, a gripe causada pelo vírus influenza A H1N1. Em 2009, o mundo enfrentou uma pandemia desta gripe, com grande repercussão na saúde das pessoas e sobrecarga da rede de serviços de saúde.

Outro vírus influenza A que também está circulando pelo mundo é o H3N2. A vacina contra a gripe protege tanto contra o H1N1 como contra o H3N2, além de também oferecer proteção contra influenza B.

Qual o critério para a escolha dos grupos?

Os grupos prioritários são escolhidos levando em conta as pessoas com mais chances de desenvolver complicações a partir da gripe. Os critérios são construídos a partir da investigação do perfil dos casos graves e dos casos de óbito por gripe.

Qual exame deve ser feito para a comprovação da infecção por algum desses tipos da Influenza?

O exame preconizado para detecção do vírus é o Swab Combinado Naso/Orofaringe, uma coleta simples em que o produto coletado é a secreção nasal e oral do paciente. Esta é feita com swab (um cotonete um pouco maior do que utilizado em casa).


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