Prefeito da capital chegou a pagar até 1.625% a mais em medicamentos do SUS em 2012

Licitados pela Secretaria Municipal de Saúde Pública, os medicamentos são destinados aos hospitais e postos mantidos pelo SUS

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1.625%! Essa é uma das diferenças de preços relativos a 2012, que constaemlista de valores de 86 medicamentos, cotados ou comprados por pregão na gestão do ex-prefeito Nelson Trad Filho, se comparadosas compras da atual gestão do prefeito Alcides Bernal.

Licitados pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), os medicamentos são destinados aos hospitais e postos mantidos pelo SUS de Campo Grande, e comprados os milhares de unidades, o que significa um custo de milhões de reais.

Tamanha variação ocorreu em pregões já efetuados em 2012, ou que seriam finalizados, mas foram cancelados por falta de tempo hábil para sua concretização em final de mandato do ex-prefeito.

Em 2013, as novas compras da Sesau ainda computaram o aumento de preços previsto em lei para medicamentos, com variação de 3 a 6%.

O índice de 1.625% se refere ao produto ‘Carbonato de Cálcio 1250 mg’. O preço por unidade do produto era de R$ 1,38 (um real e trinta e oito centavos) nas cotações e compras de 2012. Com os novos preços de 2013, a unidade do medicamento caiu para R$ 0,08 (oito centavos).

O novo preço é 17 vezes menor que o anterior.

Em outros casos, as variaçõestambém são gritantes.

Veja os exemplos:

• Carbonato de cálcio + Colecaiciferol (500 mg)

R$ 2,09 em 2012 contra R$ 0,50 em 2013 = 318% a mais

• Ivermequitina 6 mg 328

R$ 2,40 em 2012 contra R$ 0,27 em 2013 = 788% a mais

• Imunoglobulina Humana Anti-D RHO 300 mg

R$ 374,4 em 2012 contra R$ 145,5 em 2013 = 157% a mais

• Doxazosina (Mesilato) 2 mg

R$ 0,22 em 2012 contra R$ 0,07 em 2013 = 214% a mais

•Clonazepan 2,5 mg gotas frasco 20 ml

R$ 3,04 em 2012 contra R$ 1,00 em 2013 = 204 % a mais

• Sinvastatina 20 mg

R$ 0,058 em 2012 contra R$ 0,005 em2013 = 1.060% a mais

Da lista de 86 medicamentos, apenas um manteve o mesmo preço anterior.

A imensa economia de recursos significa mais efetividade no tratamento e prevenção de doenças, para um número maior de pacientes do SUS. Além de possibilitar investimentos em outras áreas da saúde municipal.

Clique abaixo e confira as listas de medicamentos e os preços em anexo:

- lista 1;

- lista 2;

- lista 3.

Ex-prefeito diz que pagou preços da época

Apesar da gigantesca variação de preços em período curto que tempo, a assessoria do ex-prefeito Nelson Trad Filho afirmou, em nota de apenas quatro linhas, que “os fornecedores que apresentavam o menor valor para produtos solicitados venciam a licitação”.

Além disso, recorrendo ao portal Wikipédia, a assessoria explicou o que significa ‘pregão’.

Veja a nota na íntegra:

"As compras de medicamentos e materiais hospitalares em geral eram realizadas por meio de pregões públicos, eletrônicos ou presenciais, divulgados nos diários oficiais do Município e do Estado, além de jornais de grande circulação. Durante o pregão, os fornecedores que apresentavam o menor valor para produtos solicitados venciam a licitação".

P.S. Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas no Brasil, considerada como um aperfeiçoamento do regime de licitações para a Administração Pública Federal, Estadual, Distrital e Municipal. Esta modalidade possibilita o incremento da competitividade e ampliação das oportunidades de participação nas licitações, por parte dos licitantes que são Pessoas Jurídicas ou Pessoas Físicas interessadas em vender bens e/ou serviços comuns conforme os editais e contratos que visam o interesse público.

Também chamado de Leilão Reverso ou Holandês, o Pregão é realizado em lances sucessivos e decrescentes, no chamado "quem dá menos" (NBS). Desta forma, a Administração Publica, que está comprando, gera economia, o que significa o bom uso do dinheiro público. (Fonte: Wikipédia)”