Sindicato anuncia greve de Polícia Civil no Mato Grosso do Sul

Os policiais civis do Estado recebem o 25º salário do País

  • Assessoria

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), Alexandre Barbosa da Silva, anunciou para sexta-feira próxima o período de greve da categoria por tempo indeterminado e para tanto, nada menos que 70% do efetivo, deverão cruzar os braços. Conforme a entidade classista desse percentual pouco mais de 900, dos 1.300 policiais em todo o Estado, entre investigadores, escrivões e agentes de polícia cientifica deverão paralisar as suas atividades.

Além de anunciar a data para o início da paralisação o sindicado orientou ainda os policiais a não utilizarem as viaturas em péssimo estado de conservação a partir de hoje e segundo Alexandre Barbosa, devido o estado precário das viaturas, as mesmas podem colocar em risco as vidas dos profissionais e por isso, a orientação repassada foi a de que comunique o chefe que o carro não será utilizado.

Conforme a nota divulgada, a categoria dos Policiais civis de Mato Grosso do Sul, solicitou um reajuste de 25% e por isso rejeitou o aumento de 5% proposto pelo governador do Estado André Puccinelli que depois,aumentou a oferta para 7%, que foi também rejeitado pela categoria. Segundo o presidente do Sinpol, a questão não é apenas voltada para o percentual solicitado pela classe, mas também devido aos problemas de estruturas existentes nos locais de trabalho, no caso as delegacias.

Um dos problemas existentes citados por Alexandre, é quanto a defasagem do efetivo da policia civil do Estado que chega a 1.200 homens. “Além disso, as viaturas estão com vazamentos de combustível, estão precárias, pneus carecas, o ônibus que serve para o transporte dos presos por várias vezes já quebrou durante o itinerário, demonstrando a fragilidade do sistema”, disse Alexandre.

Hoje pela manhã o sindicato alertou que deverá fazer o comunicado aos órgãos competentes conforme determina a lei, ou seja com 72 horas de antecedência e que a paralisação será por tempo indeterminado, além da redução da carga horária de trabalho, o diminuirá a produtividade na segurança da população.

Para justificar tal comportamento, Alexandre Barbosa citou ainda que a Policial Civil de Mato Grosso do Sul, está entre as dez mais produtivas do país, mas com um dos piores salários.

Segundo ele, um acordo entre a categoria e o governo, estabelecido em 2010, formalizava a redução da diferença salarial entre os policiais civis e os delegados.

Hoje, a diferença chega a mais de 70%. No acordo, o Estado se comprometia a reduzir a cada ano, pelo menos, 1% da diferença. “Nós só recebemos 26% do salário de um advogado”, explica Barbosa.

Em 2011 e 2012, segundo o presidente da entidade, o governo cumpriu com o acordo, mas neste ano recuou da decisão.

Além disso, para o Sinpol, as negociações ficam ainda mais complicadas já que o governo ameaça extinguir a classe substituta (classe inicial), caso os policiais não aceitem o percentual proposto.

Barbosa explica que ao acabar com a classe inicial, o salário dos novos policiais, que deveria ser de R$ 2.361, passaria a ser o valor da terceira classe, que é de R$ 2,8 mil. Com o reajuste defendido pela categoria, o salário inicial, que é de R$ 2.361, subiria para R$ 3.800 até maio de 2014.

De acordo com um levantamento realizado pelo sindicato, os policiais civis do Estado recebem o 25º salário do País, ficando à frente apenas dos estados do Acre e Paraíba.

São 1,6 mil profissionais entre delegados, papiloscopistas, escrivães, investigadores, entre outros.