Chá que provocou morte de estudante levou outros para UTI, afirma médico
Mulher foi diagnosticada com intoxicação hepática e morreu meses depois
A morte de uma estudante de 38 anos que teve complicações após ingestão da Noz da Índia não surpreende o nutrólogo Sandro Trindade Benites. Isto porque ele teve "vários pacientes que foram parar na UTI" em decorrência da utilização do produto natural.
Apesar de nunca ter receitado a Noz da Índia, ele conta ter acompanhado vários casos de intoxicação pelo produto. "Alguns [pacientes] ainda tem vergonha de falar porque acham que vou brigar. Meu objetivo não é brigar, é incentivar as pessoas a terem qualidade de vida".
Benites atua como chefe do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox) de Mato Grosso do Sul e afirma que o risco da utilização desta semente é muito alto em comparação com o benefício de emagrecer. "A pessoa perde peso a custo de massa magra, de perda de líquido", diz.
Para ele, o produto deveria ser retirado de circulação, especialmente porque não é reconhecido como medicamento fitoterápico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Vivemos em uma epidemia de obesidade em que uma indústria não ética e não científica de emagrecimento lança cada mês uma coisa: dieta do abacaxi, da lua. Temos cinco milhões de dietas publicadas. Em breve teremos mais dieta que gente", lamenta.
Entenda o caso: Mulher morre depois de ingerir produto para emagrecer