Em MS, candidato a prefeito só não ganha se morrer ou tiver zero voto

Professor Jean é o único candidato para a Prefeitura de Douradina nas eleições deste ano

  • André Bento
Professor Jean é candidato único à Prefeitura de Douradina (Divulgação)
Professor Jean é candidato único à Prefeitura de Douradina (Divulgação)

Aos 37 anos, Jean Sergio Clavisso Fogaça, o Professor Jean, do PEN (Partido Ecológico Nacional), só não será eleito prefeito de Douradina em caso de morte ou zero voto. Nesse município, ele é o único candidato à prefeitura, sem qualquer adversário. Mesmo assim, quer uma votação expressiva para garantir legitimidade ao mandato que está prestes a lhe ser conferido no próximo dia 2 de outubro.

“Essa é uma eleição calma, tranquila, pé no chão, corpo a corpo. A gente trabalha com pé no chão, apesar de eleitoralmente não ser complicado, a gente precisa ganhar com muita legitimidade. Votação expressiva nas urnas vai voltar a dar credibilidade para conseguirmos os recursos que precisamos”, avalia.

Geógrafo por formação, Professor Jean foi diretor da Escola Barão de Rio Branco por seis anos. Ele deixou esse cargo em 2014, quando passou a liderar o sindicato municipal dos educadores. Um ano antes, já havia começado a caminhada visando as eleições municipais de 2016, quando ajudou a criar em Douradina o Diretório Municipal do PEN, partido que o lançou nesse pleito.

Mas esse cenário incomum, no qual apenas um candidato concorre ao cargo máximo no poder público municipal, é também fruto da turbulência política vivida pelos douradinenses desde as eleições 2012. Vitoriosos naquela disputa,  Darcy Freire (PDT) e seu vice, José Ailton Souza Nunes (PSDB), foram cassados por compra de votos.

Ainda em fevereiro de 2014, o TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) cassou a chapa eleita e determinou uma eleição fora de época. Mas prefeito e vice voltaram aos cargos graças a recurso acatado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Não durou muito esse conturbado e contestado mandato. O mesmo TSE que havia determinado a volta de Darcy Freire e José Ailton Souza Nunes para o comando do município decidiu cassa-los em definitivo. Já não havia mais possibilidade de recursos. No entanto, também não restava tempo hábil para convocar um pleito extemporâneo, motivo pelo qual Douradina passou, desde então, a ser governado de forma interina pelo vereador Paulo César Ferreira da Silva (PSDB), presidente da Câmara Municipal.

Depois de toda essa turbulência administrativa vivida pelo município, Professor Jean foi o consenso na busca pela sonhada estabilidade política. “Com tudo que aconteceu a comunidade vê com muito descrédito grande parte da classe política. Meu nome é de fora da política, nunca fui candidato a nada, a vereador nem a nada. Sou uma pessoa nova, sem ligações com a atual administração”, justificou o candidato sem adversários.

Casado e pai de uma menina de 9 anos, Professor Jean nasceu em Douradina, município pelo qual diz pretender trabalhar muito. “Decidi entrar na política por vontade de contribuir, de fazer diferente. Douradina é pequena, mas tem seus problemas e precisa de um gestor. Precisamos muito menos de um político e mais de um gestor que tenha condições de driblar esse momento conturbado que a cidade vem passando”, pondera.

Com essa atual conjuntura política, no próximo dia 2 de outubro, os 4.204 eleitores aptos a votar em Douradina, conforme dados do TRE-MS, terão um único candidato em quem votar para a prefeitura. Pelas regras eleitorais, Professor Jean só não ganha em caso de morte ou zero voto.

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