Estudantes voltam a ocupar escola no Itamarati contra medidas do governo federal

  • André Bento
Estudantes secundaristas ocupam prédio da Escola Estadual Nova Itamarati (Foto: Alana Penteado)
Estudantes secundaristas ocupam prédio da Escola Estadual Nova Itamarati (Foto: Alana Penteado)

Estudantes secundaristas voltaram a ocupar a Escola Estadual Nova Itamarati, localizada no distrito de mesmo nome, em Ponta Porã. O grupo, de ao menos 120 deles, protesta contra medidas de iniciativa do atual presidente da República, Michel Temer (PMDB), como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 e a reforma do ensino médio.

“Estamos em protesto contra a PEC 241 e nossa pauta sobre reforma do ensino médio e lei da mordaça. Queremos ser ouvidos. Só faremos negociação com a presença de algum deputado ou representante”, explicou Alana Penteado, de 16 anos. A estudante do 3º ano do Ensino Médio é uma das líderes do movimento que diz acompanhar a mobilização nacional da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

Maior escola rural do Brasil, a Nova Itamarati já havia sido ocupada pelo mesmo grupo de estudantes no dia 18, mas o prédio foi liberado no dia seguinte. Agora, segundo Alana, a reocupação foi motivada pela proximidade da votação da PEC 241, agendada para esta terça-feira (25) na Câmara dos Deputados. Essa proposta defendida pela base governista prevê a limitação dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, medida que, segundo manifestantes, pode enxugar o orçamento de setores como saúde e educação.

Já a chamada Lei da Mordaça é como a UBES se refere ao projeto “Escola Sem Partido”, que está em tramitação no Congresso Nacional. Essa medida, proposta por aliados de Temer, prevê o fim das discussões políticas, de gênero, religiosas e sexuais nos ambientes escolares.

“Não está tendo aula. Estamos fazendo atividades recreativas para manter o pessoal entretido e vamos fazer uma passeata pela tarde”, explicou a estudante. Segundo ela, alguns professores permanecem na escola por causa da responsabilidade que têm sobre os alunos. Mesmo assim, pais e mães também colaboram com a ocupação, utilizando a cozinha da escola para garantir a alimentação dos jovens.

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