Odebrecht pagou R$ 4 mi para João Santana no Brasil, diz PF

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Odebrecht pagou R$ 4 mi para João Santana no Brasil, diz PF

A construtora Odebrecht realizou pagamentos no valor de R$ 4 milhões para o marqueteiro João Santana no Brasil entre outubro e novembro de 2014, no auge das eleições, segundo documentos encontrados pela Polícia Federal. Esse dinheiro, de acordo com os investigadores, seria oriundo de contratos firmados entre a empreiteira e a Petrobras. Naquele ano, Santana trabalhou na reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Uma planilha apreendida na Odebrecht, com o título "Feira-evento 14", lista sete pagamentos na cidade de São Paulo que somam R$ 4 milhões. Em 7 de novembro de 2014, logo após a vitória apertada de Dilma sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o documento registra um repasse de R$ 1 milhão para "Feira". Segundo a PF, "Feira" é o apelido de João Santana, dado por Marcelo Odebrecht. O publicitário nasceu em Tucano, na Bahia, a 150 quilômetros do município de Feira de Santana.

Outro documento encontrado pelos investigadores que reforça a suspeita de que Feira é, na verdade, João Santana é uma anotação feita supostamente por Maria Lúcia Guimarães Tavares, secretária da empreiteira e responsável por controlar pagamentos de propinas, segundo a PF. A funcionária da construtora foi presa temporariamente na Lava Jato.

O manuscrito faz referência a “Feira”, entre aspas, e a alguns números de celulares empilhados e listados ao lado direito do nome. Alguns deles estão ligados a Monica Moura, mulher de João Santana. Logo abaixo do registro, está escrito "Daniel Requião (Filho)", com o número do celular do filho do marqueteiro, e "(Monica X João Santana)". Há, ainda, uma referência ao apartamento do casal em Nova York.

João Santana e Mônica Moura negaram ontem (25), em depoimento à PF, que o apelido "Feira" tenha a ver com o marqueteiro. Os dois confirmaram, porém, que receberam dinheiro de caixa 2 no exterior, em campanhas eleitorais na Venezuela e Angola, mas não admitiram nenhuma transação no Brasil. 

Em seu pedido de manutenção da prisão do casal que será entregue hoje (26) ao juiz federal Sergio Moro, responsável por conduzir os processos em primeira instância da Lava Jato em Curitiba, a PF irá sustentar que há indícios fortes de que João Santana tenha recebido recursos de contratos celebrados entre a Odebrecht e a Petrobras.

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