Polícia não encontra arma usada para assassinar manicure

Trabalhos tiveram participação de participação de peritos, investigadores, e militares do Corpo de Bombeiros

  • Correio do Estado
Buscas foram realizadas com auxílio de detector de metais ((Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado))
Buscas foram realizadas com auxílio de detector de metais ((Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado))

A "varredura" feita na região do inferninho e na cachoeira do Ceuzinho, na manhã de ontem (18), não teve resultados e as buscas pela arma usada no assassinato da manicure Jennifer Nayara Guilhermete, de 22 anos, foram encerradas. Os trabalhos tiveram início às 11h com a participação de peritos, investigadores, e militares do Corpo de Bombeiros. 

O delegado Alexandre Evangelista pontuou que a localização da arma não interfere no caso, mas existe a preocupação "para que não seja utilizada em outro crime".  Um detector de metais foi usado durante as buscas e, para o delegado, o revólver nunca chegou a ser descartado no local. 

O CASO

Segundo o delegado Alexandre Evangelista, o crime começou a ser planejado em novembro do ano passado, depois de uma ''fofoca'' contada por uma amiga de Gabriela. Em um bar, essa amiga relatou que o marido de Gabriela, Alisson Patrick Vieira da Rocha e pivô do crime, era bem ''pegador'' e que junto com outro amigo, já teriam levado ela e Jennifer para o motel. Em depoimento à polícia, a amiga que teve a identidade preservada, afirmou ter dito à Gabriela que o encontro havia acontecido há seis anos. Gabriela disse em depoimento que entendeu que o encontro era recente e por essa razão decidiu tirar satisfação.

Desde então, Gabriela passou a fazer ameaças, que se agravaram em janeiro, quando decidiu pedir para uma adolescente, de 16 anos, amiga em comum com a vítima, que intermediasse um encontro entre as duas.  No dia do crime, a adolescente se encontrou com a Gabriela e junto com a Emilly, pegou um carro que estava no lava-jato de Alisson para se encontrarem com a vítima. A região escolhida para levar a vítima foi sugerida pela adolescente, segundo Gabriela.

Jennifer só entrou no carro porque Gabriela garantiu que queria conversar, para se acertarem, afinal eram conhecidas de infância. Porém, no caminho, se enfureceu quando a vítima disse que Gabriela era "chifruda" e que até a própria mãe já teria tido um caso com o genro, Alisson. Gabriela chegou a dizer em depoimento, que só queria dar um susto em Jennifer, mas o delegado não acredita na versão de Gabriela, pois ela estava armada.

Quando chegaram ao local, as duas pensaram que Jennifer se redimiria e pediria desculpa pela afronta, mas se enfureceu quando a vítima reafirmou o que tinha dito. Neste momento, atirou duas vezes para lado e na terceira vez apontou para a vítima, que foi atingida na mandíbula. 

Segundo relato da autora, Jennifer não foi empurrada, mas como estava parada próximo a borda do barranco, caiu na cachoeira, depois de ser ferida com o tiro de revólver calibre .38. Enquanto foragida, Gabriela permaneceu em uma chácara na saída de Três Lagoas, mas não identificou a propriedade. A jovem se apresentou na última segunda-feira e ficou presa porque já tinha mandado de prisão temporária, que teve o pedido revertido para prisão preventiva, para garantir que não seja solta novamente.

Gabriela responderá por homicídio qualificado, por motivo torpe e traição ou emboscada, por corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo. Ela também já havia sido denunciada ao Ministério Público, que encaminhou pedido ao judiciário. Ela e Emilly Karoliny foram encaminhadas ao presídio.

A arma utilizada no crime pertencia ao pivô do assassinato, que não teve participação comprovada. Alisson não foi ouvido por estar foragido acusado da morte de uma travesti. A adolescente não foi apreendida e tem a participação apurada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij).

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