Rituais de tortura e magia negra teriam sido filmados por filha de acusados

  • Correio do Estado
Rituais de tortura e magia negra teriam sido filmados por filha de acusados

Rituais de magia negra onde menino de 4 anos foi torturado pelos tios teriam sido filmados pela filha do casal acusado das agressões. Advogado que representa a avó do menino, Marcos Ivan Silva, informou que há imagens no aparelho e que pedirá que ele seja periciado. Filhas do casal, de 9 e 12 anos, prestaram depoimento por cerca de três horas, na tarde de  ontem (29) em sala especial do Fórum de Campo Grande, na segunda audiência sobre o caso. Acusados estão sendo ouvidos.

Meninas são filhas biológicas de Conceição Vargas da Cruz, 31 anos, e Arnaldo Pavão, 46, tios do menino e acusados de cometer as torturas e, segundo o advogado, afirmaram à psicológa que assistiam os rituais e que a criança não era agredida durante as sessões, mas em outras ocasiões por ser “arteira e bagunceira”. Sobre o abandono de incapaz, disseram nunca ter sido deixadas sozinhas em casa.

Além das crianças, três testemunhas, sendo elas o delegado que foi responsável pelo inquérito, Paulo Sérgio Lauretto, psicóloga que ouviu a criança torturada e uma outra pessoa que não foi identificada foram ouvidas hoje. Juiz responsável pelo caso é Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal.

Na audiência do dia 7 de junho, prestaram depoimento sete pessoas. entre assistentes sociais, psicólogos e o policial militar que participou da prisão dos acusados. O menino foi adotado por uma família de Minas Gerais, teve o nome mudado e não compareceu porque não foi notificado a tempo.

AGRESSÕES

Os pais biológicos da vítima são usuários e a deixaram em um abrigo. Em maio do ano passado, mediante autorização judicial, foi adotado pelo casal de tios Conceição e Arnaldo, moradores em uma residência na Rua Maracaju, onde também morava o primo Giovani da Silva Ortiz, 18 anos, e os filhos menores do casal. Foi neste local que tiveram início os rituais de magia negra que aconteciam até três vezes por semana. 

O menino era torturado como forma de sacrifício em busca de prosperidade financeira à família. As agressões lhe causaram graves ferimentos como fraturas e quase cegueira por queimadura. Tudo foi descoberto depois de uma visita feita por assistentes do abrigo, que faziam acompanhamento de rotina, no dia 24 de fevereiro. 

Conceição e Arnaldo foram presos enquanto aguardavam na Santa Casa. Em seguida Giovani e, por fim, a mãe de Conceição, Cladir Vargas Miranda, 61 anos, moradora em Aquidauana. Conceição foi hostilizada no Presídio Feminino e por isso teve de ser levada para Corumbá. 

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