Sem fiscalização da Câmara, irregularidades na prefeitura são desmanteladas pelo Gaeco

  • Redação 94 FM
Carlos Dobes e Sergio Henrique (exonerados), prefeita Délia e vereador Alan Guedes - Foto: Divulgação
Carlos Dobes e Sergio Henrique (exonerados), prefeita Délia e vereador Alan Guedes - Foto: Divulgação

Embora tenha criado a Frente Parlamentar de Acompanhamento dos Recursos Recebidos e Destinados ao Enfrentamento e Combate à Covid-19 em Dourados, a Câmara de Vereadores não tem conseguido realizar uma de suas principais funções: fiscalizar a Prefeitura de Dourados. É graças às investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão ligado ao Ministério Público Estadual, que esquemas são desmantelados no município.

A gestão da prefeita Délia Razuk (PTB) já recebeu sete operações policiais. Embora secretários e servidores do primeiro escalão tenham sido presos e demitidos por envolvimento em escândalos de corrupção, a Câmara de Dourados não tem se comportado com órgão fiscalizador - instrumento a favor do povo.

Quatro das sete operações ocorreram na gestão do presidente da Câmara, Alan Guedes (PP). Vereador pelo segundo mandato, ele cobiça ocupar a cadeira de Délia Razuk a partir do ano que vem. Guedes até então estava receoso, mas na semana passada abriu o jogo e falou que é pré-candidato a prefeito.

Querendo voo mais alto na política, o presidente tem se mostrado centrado até mesmo durante as operações. Nessa última, denominada de "Operação Contágio", que investiga fraude na dispensa de licitação para compra de materiais e equipamentos destinados ao combate ao coronavírus, Alan Guedes, por meio de sua assessoria, apenas emitiu nota informando que solicitou à justiça acesso aos dados do processo da Operação, para “subsidiar os trabalhos do Legislativo”.

Como é ano eleitoral e interesses estão em jogo, a prefeita deverá concluir o mandato em dezembro, sem passar por processo de impeachment. Délia, alias, já avisou a interlocutores que não sairá candidata à reeleição. Com 64 anos, quer cuidar da vida pessoal e pode apoiar Alan Guedes na corrida eleitoral.

Desde a pandemia, em março, a prefeitura já gastou pelo menos R$ 3,6 milhões em contratos com dispensa de licitação. E foram compras de produtos e materiais de combate a covid-19, feitas pela administração municipal, que motivaram a Operação Contágio.

Três servidores até então do primeiro escalão da prefeitura estão sendo investigados na operação: Sérgio Henrique Martins (Procurador-Geral), Carlos Dobes (Secretário de Fazenda), e Berenice Machado (Secretária de Saúde). Os três já estão exonerados dos cargos.


Comentários
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  • Raisa

    Raisa

    Os vereadores de dourados só estão interessados no salário deles