WhatsApp pode ser bloqueado novamente a qualquer momento

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WhatsApp foi bloqueado pela terceira vez no Brasil no último dia 19 de julho (Pixabay)
WhatsApp foi bloqueado pela terceira vez no Brasil no último dia 19 de julho (Pixabay)

No último dia 19 de julho, o WhatsApp foi suspenso pela terceira vez no Brasil por ordem do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Agora, o aplicativo, que pertence ao Facebook, pode ter seu acesso interrompido novamente em breve devido a um processo que está se desenrolando no Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM). O órgão autorizou o bloqueio de R$ 38 milhões do Facebook por causa do descumprimento de uma ordem judicial – assim como aconteceu nos outros casos de bloqueio.

O MPF diz que o Facebook, novamente, descumpriu decisão judicial que o obrigava a fornecer dados de cadastros e quebrar o sigilo de mensagens trocadas pelo aplicativo WhatsApp para fins de investigação. Segundo o órgão, esse valor se refere a várias multas de R$ 1 milhão que já haviam sido aplicadas à empresa e se acumularam com o tempo.

Quem assina a nova ordem judicial é o procurador Alexandre Jabur, ressaltando que a medida é importante para buscar a devida aplicação das leis brasileiras em casos envolvendo pedido de acesso a dados sob a guarda de empresas estrangeiras. "A postura de não atendimento a ordens judiciais claramente se caracteriza como ato atentatório à dignidade da justiça podendo, além da multa, vir a ser determinada a suspensão dos serviços da empresa no Brasil", defendeu.

Para o jurista, o Facebook do Brasil, na condição de administrador e representante da rede social e do aplicativo WhatsApp no Brasil, vem demonstrando enorme desprezo pelas instituições brasileiras. "Ao conferir proteção absoluta à intimidade, a empresa ultrapassa o limite do razoável, criando um ambiente propício para a comunicação entre criminosos, favorecendo aqueles que cometem crimes graves, como terrorismo, sequestro, tráfico de drogas", destacou Jabur.

O especialista em direito eletrônico Renato Falchet Guaracho, do escritório Aith Advocacia, acredita que existe, ainda, risco do aplicativo ser novamente bloqueado nos próximos dias. "Não se pode permitir que a empresa leve a melhor e seus aplicativos sejam imunizados contra bloqueios e eventual proibição de funcionamento, sob pena de colocar toda população refém de bandidos que usam o aplicativo para organizar seus crimes sem qualquer chance de serem descobertos", ressalta.

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