Em congresso, Coreia do Norte anuncia ampliação de arsenal nuclear

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Ditador enviou recado aos EUA, cobrando que o país não interfira nas relações entre as Coreias (Wong Maye-E/Associated Press/Estadão Conteúdo)
Ditador enviou recado aos EUA, cobrando que o país não interfira nas relações entre as Coreias (Wong Maye-E/Associated Press/Estadão Conteúdo)

O primeiro congresso político da Coreia do Norte em 36 anos aprovou a ampliação do arsenal de armas nucleares do país, confirmando a política do ditador Kim Jong-un, informou a agência de notícias oficial, a KCNA, nesta segunda-feira (9).

Em discurso na reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, o líder supremo norte-coreano, Kim Jong-un, amenizou a decisão afirmando que seu país “é uma potência nuclear responsável” e que não há planos para uso desses armamentos “a menos que nossa soberania seja violada por forças hostis e agressivas com testes nucleares”

O ditador, no entanto, enviou um recado aos Estados Unidos, pedindo que os americanos "não alimentem a competição intercoreana" e "não interfiram" na península e nas questões com a Coreia do Sul. Para Jomg-un, seu governo está pronto para ter "relações amigáveis" com os países que "respeitam nossa soberania". No entanto, o principal aliado dos norte-coreanos, a China, não enviou nenhum representante para o evento, mostrando um distanciamento após os recentes testes nucleares.

Outro ponto bastante abordado pelo líder foi a reaproximação com os vizinhos do Sul, que "reflete os desejos de nosso povo". Prometendo fazer "todos os esforços" para ativar e reforçar o diálogo com Seul em vários níveis, Jong-un destacou que "as duas partes devem respeitar o caso e unir forças como parceiros para abrir um novo capítulo que possa promover um movimento para a unificação da península, que agora está dividida".

Porém, para que isso aconteça, Pyongyang exige que os norte-americanos deixem suas bases na Coreia do Sul e parem de apoiar militarmente Seul. O ditador se comprometeu a estabelecer um tratado de paz que substitua o armistício da Guerra da Coreia, apesar de fontes do governo sul-coreano já terem afirmado que isso não ocorrerá.

Repórter expulso

O repórter Rupert Wingfield-Hayes e outros dois funcionários da emissora londrina BBC – a produtora Maria Byrne e o cinegrafista Matthew Godard – foram detidos enquanto cobriam a convenção do partido, informou a própria empresa de comunicação.

Eles prestaram depoimentos ao longo de mais de oito horas e serão mandados para fora do país sob a acusação de fazerem uma "cobertura jornalística pouco respeitosa" sobre o evento.

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