Mandante de crime tinha foto da vítima ensanguentada na tela inicial do celular

O atentado cometido no final da tarde de ontem contra o empresário José Pereira Barreto, de 38 anos, baleado no centro de Dourados, teve detalhes sádicos revelados pela Polícia Civil nesta quinta-feira (14). Apontado como um dos mandantes do crime, Pedro Jorge Braga Cancio Junior, de 29 anos, mantinha a foto da vítima toda ensanguentada na tela inicial de seu celular quando foi preso. Ele era funcionário de Barreto e amante da mulher dele. 

Chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), o delegado Rodolfo Daltro, o esquema criminoso começou a ruir depois que Valdirene Fiorentino da Silva, de 35 anos, detalhou toda a trama. “Ela confessou, apontou Pedro como pessoa para quem deu R$ 20 mil para contratar o executor do crime”, revelou à 94FM.

Preso no início da noite de ontem, Pedro mantinha uma imagem de Barreto baleado dentro da caminhonete que conduzia, tirada logo após o crime. “Na tela de proteção do celular dele tinha foto da vítima ensanguentada. Ele confessou e apontou os dois irmãos que teriam intermediado a contratação dos executores. Um deles disse que só apresentou quem poderia resolver o problema do Pedro. Encontramos R$ 1,8 mil com ele”, detalhou o delegado.

Ainda de acordo com o chefe do SIG, David Jhonatan dos Santos, 29 anos, Paulo Vitor dos Santos, 32 anos, e Leandro Alves Gonçalves, 24 anos, foram responsáveis pela contratação dos executores do atentado, Charles Barros de Lima Ribeiro, 21 anos, e João Paulo Alves Cardoso, 26 anos. Todos os envolvidos tiveram prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de Dourados.

Daltro revela que a dupla de atiradores conseguiu esconder a moto usada no crime, mas o documento dela, em nome do Leandro, foi apreendido, bem como a arma usada no atentado.

ESPOSA DESAPARECIDA

De acordo com o delegado regional de Dourados, Lupércio Degerone, Valdirene havia sido dada como desaparecia dias antes, em ocorrência registrada por seu próprio marido. Mas apareceu justamente instantes antes do crime e se apresentou na Delegacia de Polícia Civil.

“Ela procurou a polícia na tentativa de criar um álibi. No plano dela ela seria a última suspeita, por estar na delegacia, na frente do delegado, no momento do crime. Mas entrou em contradições, e a reação dela diante do crime não era normal. Ela acabou admitindo o crime dentro da delegacia e apontou com precisão os demais nomes, executores e intermediários”, descreveu Degerone.

Já o delegado Rodolfo Daltro detalha ainda que Pedro foi ouvido sobre o desaparecimento da Valdirene. “Naquela ocasião passei meu número celular para ele me avisar caso soubesse de alguma novidade. Às 20h de ontem mandou mensagem para mim perguntando se ela tinha se apresentado”, relatou. Conforme já revelado pela 94FM, horas após o crime Pedro pediu que “Deus tenha misericórdia” em uma postagem no Facebook sobre o atentado contra Barreto. (clique aqui para ler mais) 

FORTUNA APRENDIDA

Hospitalizado desde que foi socorrido por equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o empresário terá que dar explicações sobre uma fortuna apreendida dentro da caminhonete que conduzia no momento do crime e em sua casa.  As autoridades vão querer sabre a origem de meio milhão de reais.

“O dinheiro com ele e na casa dele foi apreendido. Em um primeiro momento a polícia procurou coletar os elementos para esclarecer a tentativa de homicídio. Agora, num segundo momento, faremos o trabalho de identificar a origem desse dinheiro, se lícita ou ilícita”, informou Degerone. Além disso, duas armas (uma pistola calibre 9 milímetros e outra 380) foram apreendidas com Barreto, que teria justificado a posse por ser alvo de ameaças.