Violência doméstica afeta todas as classes sociais, diz delegada em Dourados

Delegada Rozeli Dolor Galego, responsável pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados (Sidnei Bronka)
Delegada Rozeli Dolor Galego, responsável pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados (Sidnei Bronka)

A violência doméstica não tem distinção de escolaridade ou classe social. Quem garante isso é a delegada Rozeli Dolor Galego, responsável pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados. No Dia da Não Violência Contra a Mulher, ela falou à 94 FM sobre esses crimes difíceis de prevenir, por ocorrerem dentro dos lares. 

Em entrevista ao repórter Sidnei Bronka, a delegada garantiu que atualmente as mulheres têm o que comemorar no enfrentamento à violência doméstica. “Hoje temos muito a ser comemorado. Conquistamos as delegacias da Mulher, os Centros de Atendimento à Mulher, Defensoria Pública, a 4ª Vara em Dourados e a Lei Maria da Penha, tem muito a ser comemorado”, opinou.

Como mencionado por Rozeli, Dourados conta com atendimento judicial exclusivo para esses tipos de crime. Em 2012 foi instalada no Fórum da Comarca a 4ª Vara Criminal, que tem entre suas competências, julgar casos de violência doméstica.

Na avaliação da delegada, esses avanços obtidos ao longo do tempo encorajam as mulheres a enfrentar seus agressores dentro da legalidade. “As mulheres estão tomando mais coragem para denunciar a violência doméstica, com todo esse aparato para protege-las”, ponderou. “Muitas delas tomaram coragem principalmente por causa da medida protetiva, que tira o agressor da residência”.

Segundo Rozeli, quando o agressor desrespeita essa medida protetiva e volta à residência, a polícia pode ser acionada imediatamente para prendê-lo. “Em Dourados existe todo o encaminhamento de proteção e ajuda psicológica”, garante.

Dos casos denunciados na Deam, a grande maioria tem o agravante da bebida alcoólica e da droga, conforme a delegada. “Se fizermos uma campanha para que cada homem proteja sua filha e sua mãe, eu creio que a gente acabe com a violência doméstica”, avalia.

De acordo com Rozeli, agressões verbais são maiores do que as físicas e atingem todas as classes sociais. “Não há distinção em nível de escolaridade e classe social”, revela. Ainda segundo a delegada, também é difícil definir o perfil de união que mais resulta em violência doméstica. “Tem relacionamento de 20, 30 anos, tem relacionamento de três meses, seis meses, mas o normal são relacionamentos de 10, 15 anos”.

Dados apurados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e divulgados pela Agência Brasil nesta terça-feira (25) revelam que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, aproximadamente 120 milhões de meninas já foram submetidas a sexo forçado e 133 milhões de mulheres e meninas sofreram mutilação genital.

Ouça a entrevista da delegada Rozeli Dolor Galego:

 

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