Marçal quer instalação de CPI para investigar gestão na saúde pública

Deputado vai apresentar na proposta de criação de uma CPI com o objetivo de encontrar resposta para os problemas de gestão dos municípios na rede

Depois de confirmar in loco a situação deplorável do Hospital da Vida, em Dourados, e comparar com os mesmos problemas encontrados em Campo Grande, Três Lagoas, Ponta Porã e em outros Estados, o deputado federal Marçal Filho (PMDB) decidiu propor na Câmara Federal a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de identificar os problemas de gestão nos municípios com a rede hospitalar pública. "Passei neste final de semana pelo Hospital da Vida e fiquei abismado com o que vi", ressalta. "Nem em situação de guerra um hospital público estaria tão mal cuidado e, mais grave, com pacientes formando fila a espera de uma vaga na UTI", conclui.

Para Marçal Filho o hospital municipal de Dourados não é digno de ser chamado de Hospital da Vida. "É fazer chacota com a população, com as famílias que precisam do poder público, chamar aquela unidade de Hospital da Vida, uma vez que ela está mais para hospital da morte", desabafa o deputado. A CPI da Gestão Plena do SUS terá a missão de encontrar respostas para o que acontece hoje não apenas em Dourados, mas na maioria dos municípios brasileiros, onde prefeituras que têm classificação de gestão plena dos recursos do Sistema Único de Saúde não conseguem prestar um serviço humanizado à população. "Vou buscar apoio na Câmara Federal para instalar essa CPI e, certamente, descobriremos onde estão os gargalos que impedem que o dinheiro que chega aos municípios por meio do SUS seja empregado em favor da população", argumenta Marçal Filho.

O deputado entende que os secretários municipais de saúde das prefeituras com gestão plena, bem como os prefeitos, devem ser responsabilizados pelo caos na saúde pública. "Não é possível que os gestores continuem jogando o problema para cima do Estado e os Estados para cima da União, enquanto a sociedade padece nos hospitais públicos", lamenta. "Todos que têm responsabilidade pela gestão da saúde pública devem responder na medida da sua culpa pela situação atual e buscaremos isso por meio da CPI", conclui.

Preocupado com a situaçção em Dourados, o deputado manteve audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha em companhia do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), para defender urgência na construção do Hospital Regional de Dourados. Marçal Filho levou ao ministro o resultado do Se-minário “Mais Saúde – Um Novo Hospital para Dourados”, que teve ampla participação da sociedade douradense, lideranças municipais e do governador André Puccinelli.

Na audiência com o ministro Alexandre Padilha, Marçal Filho explicou que já havia assegurado emenda federal de R$ 17,8 milhões para a obra e que o governo do Estado pretende aplicar recursos próprios da ordem de R$ 20 milhões para colocar o Hospital Regional em pleno funcionamento. "O ministro foi sensível ao nosso apelo e reconheceu que uma cidade do porte de Dourados, que é polo para cerca de 38 outros pequenos municípios, precisa de uma unidade hospitalar que contemple toda essa demanda", explica Marçal. "Ele confirmou a disposição do ministério em aplicar os recursos da emenda que asseguramos junto com o deputado Biffi (PT) e com o senador Delcídio (PT)", completa.

Na audiência, Marçal reivindicou do ministro que atenda a execução da emenda, mas que, também, provenha os recursos de custeio que garantirão o funcionamento o atendimento dos pacientes de Dourados e região. O deputado lembrou que na primeira vez que apresentou uma emenda de bancada ao Orçamento Geral da União (OGU), ainda no primeiro mandato, também garantiu a conclusão das obras da Santa Casa de Dourados, que mais tarde virou Hospital Universitário, mantido pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).