Reinaldo busca indenização superior a R$ 80 milhões por terra indígena Buriti

Fazenda Buriti foi cenário da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante ocupação em 2013 (Reprodução)
Fazenda Buriti foi cenário da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante ocupação em 2013 (Reprodução)

Para tentar resolver o impasse da indenização à produtores da terra indígena Buriti, em Sidrolândia, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) se reúne no início da tarde desta quinta-feira (29) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Brasília. A questão foi deixada de lado pelo o ex-governador, André Puccinelli (PSDB), nos últimos meses de sua gestão. 

O governador retomará discussão sobre o valor da indenização oferecida pelo Governo Federal, que é de R$ 80 milhões, acompanhado dos secretários de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, e de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf. 

A proposta prevê o pagamento em títulos do governo a serem resgatados em 2016. Os produtores, por sua vez, pedem pelo menos R$ 130 milhões pelas terras. Laudo elaborado por uma empresa privada, contratada por eles, aponta R$ 124,5 milhões pelas terras e R$ 5,5 milhões por benfeitorias.

Localizada no município de Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, a Fazenda Buriti foi cenário da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante ocupação em 2013. A ação, chamada pelos indígenas de retomada, chamou a atenção de autoridades e imprensa internacional. Nos confrontos, outro terena foi baleado e ficou paraplégico. A polícia não esclareceu, até então, de onde partiram as balas que atingiram os índios.

A propriedade do ex-deputado estadual e ex-secretário estadual de Fazenda, Ricardo Bacha, foi ocupada por um grupo de cem índios no dia 15 de maio. Dias depois, o número de indígenas subiu para 600 e equipes do MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal e Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) acompanharam o confronto. Depois que Oziel foi baleado, a sede da fazenda foi queimada.

Em junho de 2014, produtores sinalizaram um acordo ao decidirem aceitar, parcialmente, a proposta do Governo. Eles pediram o direito de continuar reivindicando na Justiça a diferença para que a indenização cheguasse ao valor pedido. No entanto, nada ficou resolvido nas últimas negociações, ocorridas no ano passado.

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