Vereadores se dizem tranquilos e negam esquema contra Bernal

Câmara analisa situação de investigados na Coffee Break

Saraiva, no dia 25 de agosto, após ser ouvido pelo Gaeco (Cleber Gellio) (Reprodução)
Saraiva, no dia 25 de agosto, após ser ouvido pelo Gaeco (Cleber Gellio) (Reprodução)

Mais três vereadores voltaram a negar publicamente, nesta terça-feira (1º), que tenham sido comprados para votar em favor da cassação de Alcides Bernal (PP) da Prefeitura de Campo Grande. Eles são investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), na Operação Coffee Break, enquanto a Câmara Municipal tem sido pressionada a decidir se os afasta dos cargos. 

“Eu e os demais vereadores estamos à disposição porque temos a consciência tranquila. Na época da cassação foi uma briga política”, diz Airton Saraiva (DEM). Ele diz não ver problema caso a Câmara decida abrir comissão processante contra os investigados.

Jamal Salem (PMDB), que volta ao parlamento após chefiar a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) na gestão de Gilmar Olarte (PP), garante que não votou pela cassação em troca da função. “Até porque o Bernal já tinha me oferecido cargo. Não fiz negociação nenhuma”, diz o vereador.

Outro que falou em tranquilidade foi Paulo Siufi (PMDB). “Estou à disposição, como sempre estive, já tinha dado meu voto desde o fim da CPI do Calote, nunca houve troca de votos por qualquer outra motivação”, defende.

Ainda conforme Siufi, é preciso cautela na análise da situação. “Não vejo razões para exageros, tenho endereço fixo há mais de 15 anos, consultório há vários anos no mesmo local”, comentou o peemedebista, salientando que a cassação de Bernal foi decidida com base em relatório aprovado em plenário.

Mais cedo, o presidente da casa, Flávio César (PTdoB), disse que o TJ (Tribunal de Justiça) foi oficiado a encaminhar informações sobre as suspeitas de compra de votos de vereadores em desfavor de Bernal. A documentação pode auxiliar a procuradoria jurídica da Câmara, que estuda os encaminhamentos em relação à Coffee Break.

Além de Saraiva, Jamal e Siufi, foram ouvidos pelo Gaeco no dia 25 de agosto o então presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB), afastado do cargo por conta da mesma investigação, Chocolate (PP), Edil Albuquerque (PMDB), Gilmar da Cruz (PRB), Edson Shimabukuro (PTB) e Carlão (PSB), além do ex-vereador Alceu Bueno e os empresários João Amorim, João Baird e Fábio Portela.

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