Campanha do MPT combate xenofobia a venezuelanos; 2 mil vivem em Dourados

As primeiras levas chegaram com emprego e moradia garantidos, mas tem sido cada vez mais comum vê-los nas ruas da cidade com cartazes pedindo ajuda

  • André Bento
Campanha nacional quer combater xenofobia contra venezuelanos (Foto: Divulgação/MPT)
Campanha nacional quer combater xenofobia contra venezuelanos (Foto: Divulgação/MPT)

O MPT (Ministério Público do Trabalho) lançou na sexta-feira (14) uma campanha nacional de combate à xenofobia, que significa aversão a pessoas estrangeiras. Intitulada “Dignidade não deve ser um luxo”, visa proteger imigrantes e refugiados venezuelanos no Brasil, grupo estimado em 2 mil pessoas em Dourados. 

Esse lançamento coube à unidade Boa Vista, em Roraima, estado por meio do qual entrou a maior parte dos 264 mil venezuelanos que solicitaram refúgio ou residência em território brasileiro entre 2013 e dezembro de 2019, conforme dados do documento “A economia de Roraima e o fluxo venezuelano: evidências e subsídios para políticas públicas / Fundação Getúlio Vargas”.

“O fluxo começou a se intensificar em 2016, mas foi em 2018 que de fato atingiu números bastante elevados. Ainda conforme o estudo, o Estado de Roraima tem sido particularmente impactado pela chegada dos migrantes, em razão da sua fronteira com a Venezuela. Roraima tem hoje uma população estimada em 600 mil pessoas (IBGE, 2019), sendo um venezuelano para cada três habitantes”, detalha o MPT.

Em Dourados, vivem ao menos 2 mil imigrantes vindos da Venezuela, segundo a secretária municipal de Assistência Social, Maria Fátima Silveira de Alencar. As primeiras levas chegaram com emprego e moradia garantidos. (relembre) Mas tem sido cada vez mais comum vê-los nas ruas da cidade com cartazes pedindo ajuda financeira.

Com a campanha nacional que engloba ações nas redes sociais, vídeos e spots de rádio, além de cartazes e outdoors, o objetivo do MPT é a divulgação de igualdade dos direitos a nacionais brasileiros e imigrantes, a popularização de bons exemplos de empregabilidade, o incentivo à qualificação profissional, e projetos de inclusão social.

“Queremos que todos enxerguem a situação do povo venezuelano. Que entendam as causas da sua imigração. Que confiem no trabalho do MPT e nos ajudem em nossa missão de erradicar o trabalho análogo à escravidão”, destacou a procuradora Safira Nila de Araújo.

Para ela, autora da iniciativa, é de extrema importância a solidariedade em relação à causa social, como o combate à xenofobia em face dos imigrantes e refugiados venezuelanos no Brasil. (Com informações do MPT).


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