Seco, julho teve temperatura mais de dois graus superior à média em Dourados

Dourados passou por mês com chuva abaixo do esperado, menor nível de umidade relativa do ar no ano, e calorão nada comum para o inverno

Em pleno inverno, Dourados teve julho com temperatura mais de dois graus superior à média histórica (Foto: Franz Mendes)
Em pleno inverno, Dourados teve julho com temperatura mais de dois graus superior à média histórica (Foto: Franz Mendes)

Boletim agrometeorológico divulgado pela Embrapa Agropecuária Oeste revela que julho de 2018 foi, além de seco, mais quente do que a média histórica em Dourados. Com somente 2 milímetros de precipitação pluviométrica, o mês passado teve umidade relativa do ar 10% inferior ao esperado e em pleno inverno, registrou temperatura mais de dois graus superior ao apurado em quase 40 anos de monitoramento climático.

Escrito por Carlos Ricardo Fietz, esse boletim é baseado nos dados colhidos pela estação agrometeorológica em atividade desde 1979 no município. A partir das informações colhidas desde então, são traçadas as médias pelas quais é possível criar expectativas de chuva, temperatura e umidade relativa do ar. Neste ano, contudo, nenhuma delas foi concretizada.

“A umidade média do ar em julho foi 59%, quase 10% inferior à média do mês, 68%”, informa o pesquisador da Embrapa. Conforme já revelado pela 94FM, desde que 2018 teve início, o tempo mais seco enfrentado pelos douradenses foi de 23% de umidade relativa do ar apurado às 13h15 do dia 18 de julho.

“A temperatura média em Dourados foi 20,5°C, mais de dois graus acima da média histórica de julho, 18,2°C. A média das máximas, 28,4°C, foi quase três graus superior à normal deste mês, 25,6°C. Em 16 dias de julho as máximas superaram 30°C, atingindo 33,5°C em 18 de julho. A média das mínimas foi 13,2°C, quase um grau superior à média histórica, 12,3°C”, detalha Fietz.

O boletim agrometeorológico indica ainda que “em apenas cinco dias as temperaturas foram inferiores a 10°C, com a mínima do mês de 4,3°C, em 11 de julho, quando houve formação de geada em alguns locais da região”.

Responsável pela baixa umidade relativa do ar, a falta de chuva já era conhecida pelos douradenses, que depois de um início de ano molhado, com chuvaradas recordes em janeiro, fevereiro e março, enfrentaram um período mais seco do que o normal em abril - com apenas 2.8 milímetros embora a média histórica fosse de 111.9 milímetros -, maio - foram 74 milímetros, quando eram esperados ao menos 107.6 milímetros – e junho - apesar dos 70.4 milímetros esperados, só caíram 11.4 milímetros, o segundo menor índice para o período desde 2010, quando choveu 2 milímetros.

“Da mesma forma como ocorreu em abril, maio e junho, julho de 2018 também foi muito seco. Choveu apenas 2 milímetros em Dourados, sendo 47 milímetros a média histórica desse mês. Com base nos registros das estações meteorológicas da Embrapa e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pode-se observar que em julho as chuvas foram praticamente nulas em toda a região sul de Mato Grosso do Sul. O maior volume registrado foi 4,6 mm em Itaquirai”, aponta a Embrapa.

Recém-iniciado, agosto já totaliza 23 milímetros de chuva na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul. Somada, toda água vinda dos céus em 60 dias compreendidos entre junho e julho no município não passou de 12.4 milímetros. 

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