Calorão superior a 40 graus e seca igual a deserto: confira extremos de Dourados

Banco de dados do Boletim Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste revela os índices climáticos mais críticos já registrados na cidade desde 1979

Dourados já teve calor superior a 40 graus e umidade relativa do ar comparável a de deserto (Foto: 94FM)
Dourados já teve calor superior a 40 graus e umidade relativa do ar comparável a de deserto (Foto: 94FM)

Os picos de calor e cada vez menores índices de umidade relativa do ar registrados em Dourados neste início de setembro têm surpreendido muita gente. Mas as recentes publicações feitas pela 94FM a partir de apurações junto à Embrapa Agropecuária Oeste não são sequer comparáveis a outros extremos climáticos já apurados pela estação meteorológica em atividade desde 1979 na maior cidade do interior do Estado.

Conforme revelado em matéria publicada no domingo (11), às 14h08 de ontem Dourados teve a maior temperatura já registrada desde que 2017 começou. Naquele horário, os termômetros registraram máxima de 37.3°C. Embora seja um índice elevado, não chega nem perto do maior extremo apurado pelo Boletim Guia Clima ao longo de quase quatro décadas.

CALORÃO

De acordo com o banco de dados da Embrapa, o maior calorão que a cidade teve até hoje foi de 40.8ºC, índice registrado às 13h04 do dia 17 de outubro de 2014, uma sexta-feira. Naquele mesmo mês, houve ainda 39.7ºC às 13h41 do dia 16, 39.4ºC às 14h59 do dia 13 e 39.2ºC às 12h25 do dia 15.

Outro índice climático que tem chamado a atenção dos douradenses é o referente à umidade relativa do ar, em queda desde o dia 18 de agosto, quando houve o mais recente registro de chuva no município. Desde que setembro começou, o menor valor apurado pela Embrapa Agropecuária Oeste foi de 15% às 15h10 do dia 6 de setembro, véspera do Feriado da Independência do Brasil.

DESERTO 

Tempo seco deste mês de setembro ainda é maior do que o de agosto de 2010 (Foto: André Bento/Arquivo)
Tempo seco deste mês de setembro ainda é menos agressivo à saúde do que o de agosto de 2010 (Foto: André Bento/Arquivo)
Definido como Estado de Alerta a partir de critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar os riscos à saúde humana em função de baixos índices de umidade relativa do ar, esse índice está na categoria que é a segunda mais baixa de uma escala cujo mais crítico estágio refere-se a "Estado de Emergência", quando há registro menor do que 12%.

E conforme o banco de dados do Boletim Guia Clima, Dourados já teve tempo ainda mais seco, com índices de umidade relativa do ar comparáveis aos de uma área de deserto. Foi em agosto de 2010, quando houve registro de 8% às 13h20 do dia 28 e às 14h15 do dia 29, sábado e domingo, respectivamente.  

"Níveis baixos de umidade relativa do ar indicam que há uma pequena quantidade de água, em forma de vapor na atmosfera. Quando isso ocorre, são comuns os problemas respiratórios, sangramento pelo nariz, irritação nos olhos e ressecamento de mucosas e da pele", detalha a Embrapa com base nos parâmetros estabelecidos pela OMS.

Sobre outros extremos climáticos em Dourados, o banco de dados do Boletim Guia Clima revela temperatura mínima de -1.9ºC no dia 17 de julho de 2000, e chuva máxima diária de 148.4 milímetros em 8 de dezembro de 2016. Para dimensionar o quando de água caiu do céu naquela data, ressalta-se que a chuva média mensal para todo o mês de setembro em Dourados é de 102.0 milímetros, conforme histórico mensal já apurado desde 1979.

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