Dupla que confundiu policiais com rivais é condenada por tentativa de homicídio
Suspeitos eram monitorados por policiais militares em viatura descaracterizada quando dispararam tiros e acabaram baleados durante o confronto em Dourados

Bruno Cavalcante de Lira, de 21 anos, e Diego Cardoso Benites, de 28 anos, foram condenados a penas de 21 e 20 anos de prisão, respectivamente, por tentativa de homicídio contra policiais militares em Dourados. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (29), quando houve o julgamento pelo Tribunal do Júri. Há exatos seis meses, ambos atacaram a tiros o veículo onde estavam os militares e acabaram baleados no confronto.
Conforme a denúncia oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual), às 19h09 do dia 29 de janeiro, na rua C-14, Vila Cachoeirinha, “os denunciados concorreram para os disparos de arma de fogo contra os policiais militares [...], ambos no exercício de suas funções, os quais não vieram a óbito por circunstâncias alheias à vontade do réu, pois não foram atingidos”.
Naquela ocasião, ao trocarem de tiros com policiais da Agência Local de Inteligência, do 3º Batalhão de Polícia Militar de Dourados, os suspeitos acabaram feridos e precisaram ser socorridos. Bruno foi baleado com três tiros na perna esquerda e Diego ficou ferido no nariz quando tentava fugir do local. (relembre)
“Os acusados se utilizaram de recurso que dificultou a defesa das vítimas, ataque de inopino quando os ofendidos realizavam patrulhamento pelo bairro e no primeiro momento estavam no interior da viatura. Em data anterior aos fatos, os acusados portavam ilegalmente arma de fogo, qual seja, um revólver, marca Taurus, calibre 38, série RL 709806, com capacidade para 6 munições, sem autorização”, acusou a Promotoria de Justiça.
Embora a defesa dos réus tenha pedido a “impronúncia por negativa de autoria de Diego Cardoso Benitez e absolvição por legítima defesa putativa de Bruno Cavalcante de Lira ou exclusão da qualificadora de crime contra agentes da lei”, o juiz César de Souza Lima, da 3ª Vara Criminal de Dourados, determinou que eles fossem julgados pelo Tribunal do Júri.
Nesta quarta-feira, a dupla foi submetida ao julgamento de sete jurados, acusados de “duas tentativas de homicídios qualificados por recurso que dificultou a defesa contra” os policiais – “ataque de inopino e quando as vítimas estavam dentro do carro - e serem as vítimas policiais militares, no exercício das funções”, além de porte ilegal de arma de fogo e munições, em concurso de agentes.
De acordo com a sentença publicada no final da tarde de hoje, Bruno Cavalcante de Lira foi condenado a 21 anos e 2 meses de reclusão e Diego Cardoso Benites a 20 anos. Para ambos, presos desde o dia da troca de tiros com os policiais, foi estabelecido regime inicial fechado.
“Os acusados praticaram duas tentativas de homicídio, em trabalho conjunto, com condenações anteriores e soltos poderão se evadir ou praticar novos crimes. Por tais motivos, mantenho a segregação cautelar dos acusados”, pontuou o magistrado.