Empresa acusa prefeita de ilegalidade por revogar licitação de R$ 18 milhões

Com sede em Campo Grande, GTX Serviços de Engenharia e Construção acionou a Justiça para execução integral da reordenação luminotécnica do sistema de iluminação pública de Dourados

Ato da prefeita Délia Razuk que revogou licitação milionária é apontado como ilegal por empresa vencedora (Foto: A. Frota)
Ato da prefeita Délia Razuk que revogou licitação milionária é apontado como ilegal por empresa vencedora (Foto: A. Frota)

Vencedora de pregão presencial feito pela Prefeitura de Dourados para instalação de lâmpadas de LED no quadrilátero compreendido pelas ruas Ponta Porã e Cuiabá (Norte-Sul), e Azis Rasslem e Francisco Luís Viegas (Leste-Oeste), a GTX Serviços de Engenharia e Construção acionou a Justiça após a licitação ter sido revogada pela prefeita Délia Razuk (PR). 

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Habilitada para execução integral da reordenação luminotécnica do sistema de iluminação pública do município com proposta de R$ 18,5 milhões, a empresa com sede em Campo Grande ingressou na terça-feira (16) com o mandado de segurança que tramita sob o número 0809600-69.2018.8.12.0002 na 6ª Vara Cível de Dourados.

Na petição, afirma “que a revogação da licitação na forma como efetuada está completamente eivada de vícios que acarretam a nulidade do ato revogatório de pleno direito, uma vez que não respeitou os princípios do devido processo legal e da ampla defesa e contraditório, bem como, não amparada nos ditames do ordenamento jurídico, ferindo os princípios da Administração Pública, em especial, o da legalidade por inobservância do procedimento e requisitos legais”.

Prefeita justificou revogação do procedimento licitatório por economia (Foto: Reprodução)
Prefeita justificou revogação do procedimento licitatório por economia (Foto: Reprodução)
Conforme já revelado pela 94FM, a prefeita Délia Razuk assinou em 11 de setembro o Termo de Revogação do Pregão Presencial número 100/2018, realizado no dia 5 daquele mês com previsão de gastos de até R$ 19.137.677,9200, sob a justificativa de considerar “o princípio da economicidade, de forma que o interesse público seja preservado em todos os atos adotados pela Administração”.

Porém, a empresa vencedora da licitação diz que, “inconformada, interpôs Recurso Administrativo no processo licitatório, em 17/09/2018, entretanto, já transcorreram 29 (vinte e nove) dias e o recurso ainda não foi julgado, afrontando diretamente o §4° do art.109 da Lei de Licitações”.

Concluso para despacho na 6ª Vara Cível de Dourados, cujo titular é o juiz José Domingues Filho, o mandado de segurança impetrado pela GTX pede a anulação do ato que revogou a licitação e também requer que o magistrado determine à prefeitura “que se abstenha da prática de todo e qualquer ato correspondente a abertura de novo procedimento para fins de licitação ou dispensa de licitação, cujo objeto esteja relacionado ao objeto do Edital Pregão Presencial 100/2018, determinando, ainda, a suspensão de atos por ventura já praticados e/ou iniciados até o trânsito em julgado da decisão de julgamento”.

Quando lançou o edital da licitação, a prefeitura  justificou “necessidade de reordenação lumiotécnica do sistema de iluminação pública de ruas do Município de Dourados/MS, atualmente composto por lâmpadas de vapor sódio, vapor de mercúrio, vapor metálico, incandescentes e fluorescentes por lâmpadas com tecnologia LED (Light Emiting Diode), objetivando maior eficiência energética, redução do consumo de energia elétrica e menor custos de manutenção por meio da adoção de sistemas de gestão inteligente e da possibilidade de monitoramento em tempo real, melhor qualidade do serviço público de iluminação para a população, maior percepção de segurança e aumento da atratividade de áreas da cidade durante a noite”.

Para custear o serviço, seriam utilizados recurso da Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública), uma taxa embutida nas contas de energia elétrica cobradas dos consumidores douradenses que desde janeiro já rendeu quase R$ 10 milhões aos cofres da prefeitura justamente para melhorias no setor.

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