Insatisfeitos, servidores fazem vigília em frente ao gabinete do prefeito Murilo Zauith

Segundo representantes dos funcionários públicos, a intenção é barrar ou ao menos adiar a votação do projeto que extingue a licença prêmio

  • Alexandre Duarte

Após o término da sessão extraordinária desta quinta-feira (27), na Câmara Municipal de Dourados, os servidores visivelmente insatisfeitos e exaltados, se reuniram e decidiram marchar até a prefeitura, com o intuíto de falar com o prefeito Murilo Zauith. Os servidores tentam, desta forma, amenizar os prejuízos, ao sugerir ao executivo o cancelamento, ou pelo menos o adiamento da votação do projeto que acaba com a licença prêmio no funcionalismo público de Dourados.

Os servidores já tiveram uma derrota nesta manhã, quando a câmara aprovou o projeto que altera a lei dos funcionários públicos readaptados, retirando direitos adquiridos. Já na prefeitura, representantes dos sindicados foram atendidos pelo secretário de governo, José Jorge Leite, o Zito, que se comprometeu em discutir a questão e agendar uma audiência com o prefeito, que está recepcionando o governador em agenda pela cidade.

O texto de autoria do próprio prefeito, que está em discussão na câmara e pode ser votado na sessão extraordinária de amanhã (28), justifica a extinção da licença prêmio alegando que os servidores não fazem uso da mesma. “...a licença prêmio é um instituto controvertido e polêmico para a administração municipal. Muitos servidores dela não fazem uso pois, por razões diversas, não tem interesse em permanecer por três meses afastados do trabalho deixando, assim, acumular um, dois e até períodos de licença, e deles fazendo uso somente em tempo de aposentadoria ou como prolongamento de licença maternidade”, alega o prefeito.

O presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), João Azevedo, diz que a justificativa do prefeito não condiz com a realidade e que a licença prêmio é um direito, um benefício que os funcionários públicos municipais utilizam, em boa parte dos casos, para realizar tratamento de saúde. “O governo municipal mais uma vez mostrou suas intenções para com o servidor, que está sendo caçado pelo prefeito Murilo, que a cada dia retira direitos adquiridos dos funcionários públicos. A licença prêmio é uma conquista que está sendo retirada sem nenhuma discussão, isso é uma ofensa ao funcionalismo”, finalizou.

Os manifestantes continuam na prefeitura, aguardando a chegada do prefeito Murilo Zauith, que está participando de inaugurações na cidade e recepcionando o governador André Puccinelli. Alguns servidores mais exaltados esbravejam em frente ao gabinete, dizendo em alto e bom som que “serão quatro anos de tortura”.