Juiz diz que empresária assinou contrato com a Prefeitura de Dourados já morta

Alvo da terceira fase da Operação Pregão faleceu há quatro anos e é mãe de policial civil apontado como beneficiário de licitação fraudulenta

Operação Pregão aponta supostas fraudes licitatórias na Prefeitura de Dourados (Foto: A. Frota)
Operação Pregão aponta supostas fraudes licitatórias na Prefeitura de Dourados (Foto: A. Frota)

Desencadeada no dia 14 de março, a 3ª fase da Operação Pregão tinha a cumprir um mandado de prisão preventiva contra empresária que assinou contrato com a Prefeitura de Dourados mesmo depois de morrer. Maria Madalena Godoes Almada era sócia proprietária da L & A Eletrônicos Comercial e Refrigeração Ltda, contratada para prestar assessoria jurídica à administração municipal. 

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Esse detalhe insólito da mais nova acusação de corrupção no governo da prefeita Délia Razuk (PR) veio à tona na quarta-feira (20), quando a Justiça negou o pedido de liberdade feito pelo policial civil Ademir Almada de Góes Júnior, filho e sócio de Maria Madalena, atualmente custodiado junto à 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande.

No despacho proferido pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, é mencionado “que muito embora tenha sido decretada a prisão preventiva de Maria Madalena Godoes Almada, cujo óbito, ocorrido aos 30/01/2017, restou comprovado nos autos, certo é que o   entre a empresa L&A Eletrônicos Comercial e Refrigeração LTDA-EPP restou firmado aos 30.05.2017 e assinado justamente por Maria Madalena, que à época já era falecida, o que reforça a denunciada prática de ilegalidades pelos investigados”.

O magistrado da 1ª Vara Criminal de Dourados acrescentou que “a afirmação de que não haverá supressão de provas ou periculosidade pelo fato do requerente ser policial civil não se perfaz, tendo em vista possuir o mesmo livre acesso aos meios de provas, o que se mostra suficiente a causar temor em eventuais testemunhas, especialmente por laborar no serviço de inteligência da polícia, registrando o mesmo inclusive duas suspensões disciplinares em sua ficha funcional”.

Já nesta quinta-feira (21), o Diário Oficial do Estado tornou público o afastamento provisório de Ademir, em atendimento à decisão judicial. A delegada Rosely Aparecida Molina, corregedora-Geral da Polícia Civil, considerando a gravidade dos fatos imputados ao servidor, que será objeto de ação disciplinar, determinou que o policial permaneça afastado pelo prazo em que perdurar a medida imposta pela Justiça.

Nesse período, conforme a determinação, deve ser recolhida arma, carteira funcional e demais pertences do patrimônio público destinado ao referido policial e o bloqueio de acesso aos bancos de dados da instituição policial, informando-se ao RH/SEJUSP/MS, para fins pertinentes.

OPERAÇÃO PREGÃO

Operação Pregão já prendeu empresários e servidores públicos do município (Foto: Adilson Domingos/Arquivo)
Operação Pregão já prendeu empresários e servidores públicos do município (Foto: Adilson Domingos/Arquivo)

Na primeira fase, desencadeada no dia 31 de outubro de 2018, a Operação Pregão levou para cadeia empresários e servidores públicos municipais, entre eles o então secretário de Fazenda, João Fava Neto, o ex-chefe do setor de licitações da prefeitura, Anilton Garcia de Souza, e a ex-secretária de Educação, Denize Portolann, vereadora atualmente afastada do cargo.

No mês seguinte, em 11 de dezembro do ano passado, a segunda fase prendeu o ex-contador da prefeitura, Rosenildo França e a mulher dele.

Na mais recente, além do policial civil, foram alvos de mandados de prisão o diretor financeiro da prefeitura Jorge Rodrigues de Castro, e os já presos João Fava Neto e Anilton Garcia de Souza.


Comentários
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  • Eder

    Eder

    Vai ver ela psicografou kkkkk
    A prefeitura é um elefante branco, só trocaram a mesa pelo elefante .

  • eu

    eu

    achei que fosse a prefeitura que estava morta...

  • Raisa

    Raisa

    Nessa prefeitura de Dourados acontece de tudo,até gente morta assina licitações 👏👏👏