Educadores de Dourados avaliam greve

Categoria agendou assembleia para terça-feira, quando devem deliberar sobre as negociações salariais com a prefeitura

Professores de Dourados votarão sobre possível greve (Foto: Divulgação/Simted)
Professores de Dourados votarão sobre possível greve (Foto: Divulgação/Simted)

Profissionais ligados ao Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) devem votar sobre uma possível greve durante assembleia agendada para terça-feira (14). Na semana passada, a categoria divulgou nota na qual acusa a prefeita Délia Razuk (PR) de não cumprir proposta salarial feita ao magistério.

Na pauta já definida para a assembleia sindical de amanhã, haverá deliberações justamente sobre essa negociação salarial e eventual deflagração de greve. Desde o início deste ano, os educadores douradenses promoveram três paralisações de um dia em protesto contra o que classificam como falta de avanços nas tratativas com a administração municipal.

Na mais recente manifestação pública sobre o assunto, quarta-feira (8), o Simted afirmou que “a proposta de reajuste salarial de 4,13% para o magistério da Rede Municipal não foi cumprida pela prefeita Délia Razuk”. A entidade refere-se a ofício encaminhado pela prefeitura no dia 18 de junho, assinado pela secretária de Governo, Patrícia Bulcão e pelo secretário de Educação, Upiran Jorge, “prevendo o pagamento para o mês de julho”.

“O ofício informa que ‘de acordo com reunião realizada no dia 14 de junho, confirmamos as tratativas de que a aplicação da diferença de 4,13% relativo ao 6,81% do piso salarial dos professores de 2018, retroativo a abril, terá o pagamento previsto para o mês de julho’”, detalhou o sindicato na ocasião.

Ainda de acordo com os educadores, “com o reajuste de 4,13%, o grupo magistério atingiria o índice de 6,81% previsto no Piso Municipal dos(as) Professores(as) – já que todo o funcionalismo municipal teve um aumento de 2,68% no mês de maio”.

“A administração municipal também divulgou que a reposição desse índice incidiria nos salários do mês de junho, retroativo ao mês de abril, mesmo o ofício informando como que o pagamento seria realizado no mês de julho. Isso foi amplamente veiculado pela imprensa de Dourados. Além do cumprimento do Piso Municipal de 2018, a categoria ainda espera a reposição do Piso do ano de 2017 (7,64%) e que esses mesmos índices também contemplem os(as) servidores(as) administrativos(as) da Rede Municipal de Ensino”, ressaltou o sindicato.

OUTRO LADO

No dia 19 de junho, quando o Simted promoveu a primeira paralisação de um dia, a Prefeitura de Dourados divulgou notícia indicando que os professores do município ganham “quase o dobro do Piso Salarial nacional”. “Atualmente, em Dourados, um professor com curso superior, a maioria predominante nas unidades da área urbana, recebe R$ 4.588,95 pelas mesmas 40 horas pelas quais o MEC manda pagar R$ 2.455. Por 20 horas semanais trabalhadas, o menor salário no Município é de R$ 2.294,42, de acordo com levantamentos da Secretaria de Administração, contabilizada a reposição linear de 2,68% concedida a partir de abril”, detalhou a administração municipal.

Ainda para rebater o ato deliberado pelo Simted, a prefeitura argumentou que “como o Piso Salarial nacional é exigido apenas para professores com Ensino Médio, o que sindicalistas da área da Educação de Dourados também não explicaram e nem informam durante os manifestos realizados na cidade, a Prefeitura lembra que, nesse caso, o menor salário praticado em relação aos profissionais da Educação Indígena e de algumas unidades rurais, está em R$ 2.982,75 (também maior que os R$ 2.455) por 40 horas semanais de jornada”.

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