Vídeo: secretário de Saúde assume culpa por falta de medicamentos em Dourados
Falas do gestor municipal ocorrem dias após MPE receber relatório de funcionários da Funsaud que detalha caos no Hospital da Vida
Secretário municipal de Saúde de Dourados, o médico Renato Vidigal assumiu ser o culpado pela falta de medicamentos e insumos que afeta a rede pública e penaliza a população local. A confissão foi feita nesta segunda-feira (28), ao falar para caminhoneiros que fazem parte do protesto nacional contra as altas nos preços do óleo diesel. Na ocasião, ele disparou críticas contra a Rede Globo de Televisão e isentou os manifestantes de responsabilidade sobre esse problema.
Leia também:
-Funsaud prorroga emergência financeira por seis meses, mas retomará licitações
-Prefeitura enxuga expediente nos postos de Saúde Seleta, Santo André e Vila Rosa
“Dourados hoje não está faltado medicamentos e nem insumos por culpa do movimento de vocês não. Se falta medicamento, falta algum insumo, é culpa hoje minha que sou secretário de Saúde (sic)”, afirmou Vidigal nesta manhã, ao fazer uso do microfone embaixo de uma das tendas instaladas pelos caminhoneiros.
Essas falas do secretário de Saúde ocorrem dias após o MPE-MS (Ministério Público Estadual) receber relatório elaborado por funcionários da Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) que aponta uma série de problemas na saúde pública de Dourados e critica o excesso de servidores nomeados com salários altos. (leia aqui)
Conforme já revelado pela 94FM, por determinação do promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior, o documento foi anexado ao Inquérito Civil Público número 06.2016.00000437-0. Encampado pela 10ª Promotoria de Justiça da comarca, esse procedimento foi instaurado no dia 21 de março para apurar possíveis irregularidades ocorridas no Hospital da Vida, relacionadas ao atendimento de pacientes e fornecimento de medicação e material básico.
Originalmente, esse relatório foi endereçado no dia 3 de maio ao Conselho Municipal de Saúde. Assinado por Robson Adriani Roques Dauzacker, relata que a área de descanso do hospital acomoda apenas uma beliche e um colchão no chão, insuficiente para a demanda de colaboradores.
Os servidores da Funsaud queixam-se ainda da falta de “condições dignas de trabalho” e relatam trabalhar rotineiramente “com escassez de vários insumos (luvas, seringas, soro, equipo, fraldas, capotes, colher descartável, copo descartável e entre outros insumos), equipamentos médicos hospitalares (monitores, capnografo, aparelho de verificar pressão arterial, suporte de soro, cadeira de rodas, cadeiras de banho, colchão de macas, macas fixas em péssimos estado de conservação)”.
Assista:
