Destino: "Passei uma noite com um estranho, fiquei grávida..."

  • Revista Sou Mais Eu
Destino:

Julho de 2012. Eu estava explodindo de ansiedade! Era minha primeira vez em Miami e eu estava adorando cada detalhe daquelas férias tão aguardadas! No dia seguinte, embarcaria com meus pais e uma prima num cruzeiro rumo a México, Haiti e Jamaica. Não via a hora de dançar, beber, me divertir! Fiz tudo isso e mais um pouco. Tanto que voltei para o Brasil apaixonada por um estranho... E grávida dele!

Bebi demais e esqueci de usar camisinha

Decididas a curtir cada segundo, eu e minha prima topamos na hora quando um amigo brasileiro dela nos convidou para uma balada na qual ele estava trabalhando como prometer. Eu estava na pista de dança quando vi um cara alto, loiro e muito bonito vindo em minha direção. Ele perguntou de onde eu era, disse que tinha me achado linda e que queria me conhecer melhor.

Nossa, ele fazia muito o meu tipo! Mas eu não queria conhecer ninguém e também não entendia inglês direito. Tentei dar um gelo. Só que o tal Blake (esse era o nome dele) era a persistência em forma de pessoa. Não desgrudava de mim por nada. Insistiu tanto que acabei aceitando a carona que ofereceu me dar quando anunciei que já era hora de voltar para o hotel – minha prima preferiu ficar com uns amigos.

“Maravilha! Mas antes tenho que passar em casa pra pegar a carteira de motorista”, avisou Blake. Senti um pouco de medo. Eu mal conhecia o cara... E se fosse uma emboscada? Como já tinha bebido algumas, fui mesmo assim. Chegando lá, desci para ir ao banheiro e começamos a conversar. Papo vai, papo vem, acabamos tendo nossa primeira noite de amor. Só que faltou um importantíssimo detalhe nisso tudo: a camisinha. Maldita tequila, que me fez perder a noção do perigo!

Quando Blake me deixou no hotel, meu celular estava sem bateria e eu não tinha onde anotar o contato dele. Acredite: o louco me deu o cartão de crédito, dizendo que com aqueles dados eu ia achá-lo. Ao me despedir, ele disse: “Tenho certeza que a gente vai se casar!” Pensei que o cara só podia ser maluco.

O teste deu positivo e eu pensei em abortar!

Voltei para o Brasil e passei a falar com o Blake pelo Skype todos os dias. Ele dizia que me amava. Eu também estava bem apaixonada, mas achava impossível viver essa paixão. A distância era muito grande e pensava que nenhum de nós iria se dispor a abrir mão do próprio país para estar com o outro. Mesmo assim, não conseguíamos passar nenhum dia sem nos falarmos.

Um mês depois, percebi minha menstruação atrasada. Como sou desregulada, não me preocupei muito. Só quando outros 10 dias se passaram que comecei a ficar tensa. Desabafei toda a minha angústia com a minha irmã e fomos juntas na farmácia, para comprar um daqueles testes de gravidez.

Quando conferi o resultado e vi que deu positivo, me desesperei. Corri para o pronto-socorro. Lá, armei o maior drama, falei que estava grávida e fingi uma dor insuportável na barriga. Fui direto para a emergência, onde fizeram um ultrassom. Vi pulsar o coração do meu filho com o Blake. E agora?! Cogitei seriamente abortar. Eu estava grávida de um cara que nem conhecia direito e não queria ser mãe solteira de jeito nenhum. Isso sem falar na vergonha de contar para os meus pais – mesmo sabendo que eles me apoiariam, não deixaria de ser uma preocupação. Para não agir por impulso, decidi pensar e parei de falar com o Blake por um mês.

O coitado ficou louco! Mandava e-mail, mensagem no Facebook, ligava por Skype e eu nada de responder. Estava com medo, pois tinha certeza que ele ia achar que o filho não era dele. Até que um dia ele ligou para a minha irmã e implorou para falar comigo. Tomei coragem e abri o jogo. Que alívio: ele disse que era a melhor notícia que poderia ter recebido e começou a chorar.

Meu amor largou tudo e veio cuidar da gente

Blake estava decidido: viria para o Brasil para criarmos o nosso filho juntos. Largou família, emprego – ele tinha uma oficina e trabalhava com compra e venda de automóveis – e amigos. Chegou aqui em 15 de novembro de 2012 e seis dias depois (data do meu aniversário) me pediu em casamento. Eu disse sim, pois no meio daquela loucura toda só me restava uma certeza: estava perdidamente apaixonada pelo pai do meu filho.

A princípio, meus pais ficaram preocupados com a velocidade em que esse romance tão inusitado aconteceu. Mas o tempo todo me apoiaram muito. Mesmo sem falar português, meu amor foi ajudar meu pai a administrar o restaurante da família. Em abril, o Blake Junior nasceu. Você não imagina a emoção do Blake ao ver e segurar o filho! Estávamos felizes. Morávamos com meus pais e estávamos nos organizando para comprar nosso cantinho. Então, dois assaltos à mão armada sofridos por Blake fizeram com que o nosso destino mudasse.

O jeito foi virmos morar nos Estados Unidos

Meu marido adorava o Brasil, mas achava inadmissível criarmos nosso filho no meio de tanta violência. Decidimos morar nos Estados Unidos! Fizemos a mudança em setembro de 2013. O Blake já tinha a casa dele em Raleigh, na Carolina do Norte, e começamos uma vida nova. Em dezembro do mesmo ano nos casamos no cartório. Foi uma cerimônia bem íntima, comigo, o Blake, o pai dele e o nosso lindo filho. Agora queremos voltar ao Brasil para casar na igreja e fazer uma cerimônia para toda a família. Eu toda de branco e o Blake Junior levando as alianças dessa união tão mágica. Só de imaginar já me emociono!

Sou dentista, mas ainda não exerço a profissão nos Estados Unidos, porque preciso de uma licença para trabalhar aqui. Pretendo tirá-la no ano que vem, colocar o meu filho na escolinha e voltar a me dedicar à profissão de que tanto gosto.

Repassando minha história para contar para vocês, vou me dando conta do quanto a minha vida mudou completamente em pouco tempo. Eu planejava alavancar minha carreira, curtir mais a vida... Jamais pensei estar preparada para ser mãe. Mas estava errada. Aprendi que a vida pode nos reservar situações muito melhores do que aquelas que planejamos. Amo meu marido e meu filho como nunca pensei ser possível! - HELEN KOENEKAMP, 28 anos, dentista, Raleigh, Estados Unidos

“No momento que vi a Helen, senti que era a mulher da minha vida!”

“Até hoje eu agradeço à Deus por ter saído naquele dia. Eu ia ficar em casa. Mas meu irmão  tinha terminado o namoro e queria farrear. Acabei indo para fazer companhia e confesso: foi a melhor decisão que tomei na vida. Antes de conhecer a Helen, nunca tinha me apaixonado. Quando a vi naquela balada, senti algo inédito e inexplicável: tive a certeza de que ela seria a mulher da minha vida. Ela fez jogo duro. Disse que estava ali só para se divertir e que não queria nada com ninguém. Mas persisti. Precisava ter a chance de conhecê-la melhor e de provar que era o homem da vida dela. Nossa noite de amor foi extraordinária. Eu não queria deixá-la ir. Mas algo dentro de mim dizia que ainda ficaríamos juntos. Que tortura, quando ela passou um mês sem falar comigo! Me desesperei, achei que ela tinha arrumado outro e que minhas chances tinham acabado. Só voltei a sorrir quando soube que ela estava esperando um filho meu. Pensei: ‘Agora, ela está presa a mim, não tem como escapar. Vamos ficar juntos!’. Agradeço a Deus por ter colocado a Helen no meu caminho e a ela por ter me proporcionado uma das melhores sensações do mundo: ser pai. Eu faria tudo  por eles. Voltaria para o Brasil ou iria para qualquer parte do mundo, contanto que minha família estivesse ao meu lado”. - BLAKE KOENEKAMP, 26 anos, autônomo, o marido da Helen

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