Garoto de seis anos é torturado até a morte por irmão e primos em "jogo de sequestro"

Crianças ainda ajudaram a procurar o garotinho desaparecido antes do cadáver ser descoberto

  • Hora 7
Mãe do menino chora sob o caixão (Reprodução)
Mãe do menino chora sob o caixão (Reprodução)

Um garoto de apenas 6 anos foi morto por outros cinco adolescentes, entre 12 e 15 anos, em Chihuahua, capital do estado de mesmo nome no norte do México. Ele morreu a pauladas, pedradas e sufocamento em um terreno baldio. Foi enterrado ali mesmo. Para tentar "disfarçar o odor e afastar suspeitas", como disse um dos acusados, o menino acabou jogado ao lado de um bezerro morto, na mesma vala cavada pelos adolescentes que o mataram.

Os jovens — duas meninas de 13 anos, dois garotos de 15 e um de 12 anos — eram irmãos e primos da vítima. O garoto que foi morto chamava-se Christopher Raymundo Marquez e, segundo testemunhas e depoimentos dos acusados, ele tinha topado "brincar" de um inacreditável "jogo do sequestro" .

A "brincadeira" virou uma sessão de atrocidades cometidas por jovens. O garoto aceitou participar desse jogo, que envolvia ficar amarrado pelos pés e pelas mãos, num terreno baldio perto de sua casa. Mas os jovens levaram muito a sério o que estavam fazendo e foram cruéis e brutais. Começaram a surrar ao mesmo tempo o menino, amarrado e indefeso.

Teve mais. O grupo de adolescentes começou a bater em Christopher com paus cheios de espinhos cravados na ponta. Em seguida, pegaram pedras, pesadas e pequenas, e atiraram contra a vítima.

A violência continuou: ensaguentado e agonizado, Christopher foi sufocado por um dos adolescentes, irmão dele, que usou um pedaço de pau colocado no pescoço para matar o menino. Mesmo morto, ele ainda levou facadas — o que a autópsia revelaria depois. Os jovens que o assassinaram confessaram ter esfaqueado o menino para se certificar de que ele estava mesmo sem vida .

O corpo logo foi descoberto, no último sábado (14), dois dias após o garoto ser surrado e morto. A mãe de um dos garotos que participaram do crime brutal denunciou um deles ao ligar para a polícia. O menino apreendido pela polícia acabou entregando os demais.

Durante o velório, o promotor que cuida do caso, o procurador da República Sergio Almaraz, disse que as crianças foram interrogadas, deram detalhes sobre o crime e disseram que "nada foi planejado". "Disseram que era 'apenas um jogo' e que tudo foi acontecendo aos poucos. Admitiram que passaram dos limites", contou, estarrecido, Almaraz a jornais locais   .

O enterro de Christopher aconteceu no domingo (17), sob clima de indignação e, claro, comoção total. Muitos parentes passaram mal durante o sepultamento.

Os cinco acusados foram apreendidos, mas logo soltos. Pelas leis mexicanas, três deles são muito jovens para serem julgados e presos. Serão processados ou passarão por longos processos educativos. Só não se sabe ainda se receberão penas de detenção. Por isso, houve, após o enterro de Christopher, manifestações de familiares e moradores da cidade contra a violência e pedindo pela prisão dos garotos envolvidos com o crime  .

"Se não for feita pelas vias normais, vamos fazer justiça com nossas próprias mãos", disse mãe do menino assassinado, Tania.

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