Produzido há 8 mil anos, vinho mais antigo do mundo é descoberto na Geórgia

  • O Globo/Globo
Um dos jarros usados para a coleta de resíduos químicos - Judyta Olszewski
Um dos jarros usados para a coleta de resíduos químicos - Judyta Olszewski

Arqueólogos anunciaram nesta terça-feira (14) a descoberta da mais antiga evidência de produção vinícola do mundo. No sítio de Gadachrili Gora, na República da Geórgia, foram encontrados resíduos de vinho em fragmentos de jarros de cerâmica. Por meio de análise química, os cientistas dataram a origem da produção da bebida em cerca de 6.000 a.C., mil anos antes da data até então aceita.

O sítio arqueológico de Gadachrili Gora fica a aproximadamente 50 quilômetros da capital Tbilisi. As escavações revelaram diversos fragmentos de cerâmica, que foram analisados pelos pesquisadores. Com novo métodos de extração química, eles confirmaram a presença de ácido tartárico, composto marcador da uva e do vinho, além de outros três ácidos orgânicos associados: málico, succínico e cítrico. Os resíduos foram encontrados em oito jarros grandes, o que indica a produção em escala da bebida.

O local das escavações abrigou dois vilarejos que datam do período Neolítico, que começou por volta de 15.200 a.C em regiões do Oriente Médio e se encerrou entre 4.500 a.C. e 2.000 a.C. em outras partes do mundo. O período é caracterizado por um conjunto de ativistas que inclui o início da agricultura, a domesticação dos animais e o desenvolvimento de técnicas como a cerâmica e a tecelagem.

Combinando dados arqueológicos, químicos, botânicos, climáticos e de datação por carbono, os pesquisadores demonstraram que a Vitis vinifera, usada até hoje na produção de vinhos, era abundante naquela região. Ela crescia sob condições ambientais ideias no durante o Neolítico, similares às das atuais regiões vinícolas da Itália e França.

O sítio arqueológico onde os restos de cerâmica foram encontrados - Stephen Batiuk O sítio arqueológico onde os restos de cerâmica foram encontrados - Stephen Batiuk


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