Em 11 dias, Cirilo e Pepa reembolsaram quase R$ 2 mil em diárias na Câmara

Valor é a soma dos reembolsos obtidos pelos parlamentares por participação em evento na capital do Estado na véspera das prisões

Vereadores participantes de seminário em Campo Grande divulgaram foto durante o evento (Foto: Reprodução)
Vereadores participantes de seminário em Campo Grande divulgaram foto durante o evento (Foto: Reprodução)

Nos 11 dias de exercício dos mandatos de vereador, entre as posses de 19 de agosto e as prisões ocorridas no dia 30 daquele mesmo mês, Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM) custaram quase R$ 2 mil em diárias para a Câmara de Dourados. Esse valor é a soma dos reembolsos obtidos pelos parlamentares por participação em evento na capital de Mato Grosso do Sul. 

Substituídos no Legislativo pelos suplentes Marcelo Mourão (PRB) e Marinisa Mizoguchi (PSB) durante a sessão ordinária de segunda-feira (2), Cirilo e Pepa estão afastados dos cargos por decisão judicial que impôs restrições decorrentes da Operação Cifra Negra, na qual foram presos e acusados de corrupção ainda em 5 de dezembro de 2018.

O afastamento judicial que persistia desde 12 de dezembro foi derrubado graças a habeas corpus do desembargador Paschoal Carmelo Leandro, presidente do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Com isso, esses parlamentares foram reempossados na sessão do dia 19 de agosto.

De volta ao Legislativo municipal, reembolsaram R$ 990,00, cada, em diárias destinadas para atender despesa com viagem para Campo Grande, para participar do Seminário Estadual de Vereadores, nos dias 28, 29, 30 de agosto/2019 promovido pela UCVMS, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo”, conforme detalhado no Portal da Transparência da Casa de Leis.

Cirilo e Pepa ainda apareceram em foto postada nas redes sociais acompanhados de outros vereadores douradenses no evento. Mas na volta a Dourados, quando participavam de sessão especial de julgamento para analisar a denúncia de crime político-administrativo contra o colega de parlamento Junior Rodrigues (PL), foram alvos de novos manados de prisão preventiva.

Expedidas na tarde de sexta-feira (30) pelo juiz Alessandro Leite Pereira, em substituição legal na 1ª Vara Criminal de Dourados, as ordens de prisão foram motivadas por pedido do MPE-MS (Ministério Público Estadual), para quem os parlamentares desrespeitaram medidas cautelares estabelecidas quando as prisões de dezembro passado foram convertidas para que pudessem deixar a cadeia.

Segundo a Promotoria de Justiça, denunciados por improbidade administrativa, Cirilo e Pepa foram afastados dos cargos públicos e mesmo com a retomada dos mandatos na semana passada, sofreram novo revés em 27 de agosto, quando o juiz Lúcio R. da Silveira, relator da 1ª Câmara Criminal do TJ, decidiu manter vigentes medidas cautelares diversas da prisão estabelecidas contra os parlamentares, “inclusive quanto à suspensão do exercício do mandato”.

Na decisão em que mandou de volta à cadeia os dois vereadores, o magistrado local pontuou não haver “qualquer razoabilidade por parte dos representados para, em afronta às medidas cautelares a eles impostas, retomar os cargos de vereadores e em situação ainda mais audaciosa, pugnar pelo pagamento de diárias”.

Ambos foram soltos no domingo (1), por força de habeas corpus concedido pelo desembargador Divoncir Maran. Porém, o plantonista do fim de semana no TJ-MS estabeleceu o impedimento da volta aos mandatos.


Comentários
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  • Anisio

    Anisio

    Eu não posso fazer nada contra esses destintos senhores más eles pagaram com a lei de Deus.