Família da madrasta de criança morta em Dourados relata ameaças e pede Justiça
Familiares de Jessica, presa suspeita de maus tratos, diz que ela e Joel, o pai da vítima, haviam terminado relacionamento na véspera

A família de Jessica Leite Ribeiro, de 21 anos, madrasta da criança de um ano e seis meses morta com sinais de espancamento na semana passada em Dourados, relata sofrer ameaças desde que a jovem foi presa por suspeita de maus tratos. Com medo, garantem querer que a justiça seja feita nesse caso, independentemente de quem tenha cometido o eventual crime.
Leia também:
-Justiça mantém presos pai e madrasta de criança morta com sinal de espancamento
-Pai de criança espancada até morrer não podia chegar a 300 metros da ex-mulher
Nesta segunda-feira (20), familiares dela procuraram o jornalista Sidnei Lemos, repórter Bronka da 94FM, para apresentarem suas versões. Embora residam na casa onde houve o óbito, garantem que não testemunharam qualquer agressão à vítima. Contudo, informaram que o pai da criança, Joel Rodrigo Avalo Santos, de 25 anos, apresentou informações desencontradas sobre a hora que saiu de casa naquele dia fatídico.
No imóvel localizado à Rua Presidente Kennedy, no Jardim Márcia, no prolongamento da Rua Joaquim Teixeira Alves, o repórter Bronka entrou no quarto onde dormiam Joel, Jessica e os dois filhos dele com outra mulher. Foi ali, num colchão colocado no piso, que o pequenino de apenas um ano e meio teria passado mal e motivado o pedido de socorro ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

No pequeno cômodo adaptado, uma gaveta guarda as roupas de Joel, que segundo a família, teriam sido separadas no dia anterior por Jéssica após eles brigarem. Uma tia dela relata agressões praticadas pelo homem, lutador de artes marciais mistas, MMA.
Sobre as agressões sofridas pela criança, contudo, ninguém sabe informar as causas. Segundo o laudo necroscópico feito pelo médico legista que examinou o corpo da criança, as causas da morte foram choque hemorrágico, laceração hepática e trauma toraco abdominal fechado, o que reforça a tese de espancamento apontada pelos investigadores. Por isso, Joel e Jessica foram presos em flagrante por maus tratos ainda na quinta-feira (16).

Embora neguem a prática das agressões, durante audiência de custódia realizada no dia seguinte ambos tiveram suas prisões convertidas para preventivas, sem prazo pré-estabelecido para acabar. Por segurança, Joel foi levado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e Jéssica transferida para o presídio feminino de Rio Brilhante.