Funsaud revoga designação de nomeado em cargo com salário que pode pagar três

Dois meses após aprovar em assembleia a dissolução de um cargo com salário suficiente para pagar três servidores, a Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) enfim revogou a designação do nomeado que ocupava esse posto desde julho de 2017. Foi no dia 17 de abril que membros do Conselho Curador da Fundação apontaram a necessidade de dissolver a função de gestor de compras, remunerada com R$ 8,6 mil por mês, para criação de outras três ao custo de R$ 2,8 mil até R$ 3,2 mil mensais. 

Publicado na edição desta quarta-feira (20) do Diário Oficial do município, a Portaria nº 055/FUNSAUD/2018 de 18 de junho de 2018 é assinada pelo diretor-presidente da Funsaud, Luiz Carlos Fernandes de Mattos Filho, e revoga a Portaria 125/FUNSAUD/2017 de 27 de julho de 2017, que nomeou um ocupante para emprego de confiança exercendo a função de gerente de compras.

Embora tenha sido tornada pública hoje, a revogação é válida desde o dia 4 passado.  Conforme já revelado pela 94FM, no dia 17 de abril, durante a 3ª reunião extraordinária do Conselho Curador da Fundação, dentre as pautas discutidas e diante da reivindicação de reajuste salarial aos funcionários de carreira, Luiz Carlos Fernandes de Mattos Filho, solicitou a dissolução do cargo de Gerente de Compras.

OTIMIZAR RESULTADOS

Com salário mensal de R$ 8.600,00, essa função possibilitou a criação de outras três: um supervisor de compras, com vencimentos brutos de R$ 3.200,00), um supervisor de TI (R$ 3.200,00) e um Responsável Financeiro Contábil (R$ 2.800,00). Aprovada por todos os conselheiros presentes, essa proposta foi justificada com objetivo de “qualificar e otimizar resultados em ambos os setores”.

“Foi pedido pelo conselheiro Luiz Carlos que o Cargo de Gerente de Compras (R$8600,00) fosse dissolvido em 03 novos cargos, sendo estes: 01 supervisor de compras (R$3200,00), 01 supervisor de TI (R$3200,00) e 01 Responsável Financeiro Contábil (R$2800,00), visando qualificar e otimizar resultados em ambos os setores, sendo este pedido aprovado por todos os membros aqui presentes, mediante comprovação de redução de despesas dessa fragmentação”, detalha a ata daquela reunião.

EMERGÊNCIA FINANCEIRA

Criada em 2014 para administrar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, a Funsaud vive situação de emergência financeira e administrativa por força da Portaria 159 de 17 de novembro de 2017, assinada pelo então diretor-presidente da Funsaud, Américo Monteiro Salgado Junior, que apontou acúmulo de dívidas equivalentes a R$ 21.425.755,51.

A fundação passou a ser presidida por Luiz Carlos Fernandes de Mattos Filho em fevereiro, após o pedido de exoneração feito por Américo. Atualmente, três ações judiciais movidas pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) acusam irregularidades em dispensas de licitação e pedem o ressarcimento de R$ 3,8 milhões aos cofres da Funsaud.

ECONOMIA

No dia 21 de maio o Conselho Curador decidiu prorrogar por mais seis meses a situação de emergência financeira e administrativa, mas aprovou a retomadas das licitações. E no dia 14 passado o diretor-presidente da Funsaud divulgou orientação normativa com uma série de recomendações para economizar 20% em recursos públicos.

Desligar luzes de dependências quando não estiverem em uso, evitar acender lâmpadas durante o dia, não conectar na rede elétrica equipamentos que não façam parte do patrimônio da instituição, se precisar imprimir, usar os dois lados da folha, centralizar os bebedouros em locais estratégicos, como corredores e refeitório, a fim de reduzir o custo com energia elétrica e controle do consumo, desligar o ar-condicionado em dias frios, ou manter os ambientes numa temperatura entre 22ºC e 24ºC, foram algumas das orientações para contenção de despesas.